JAFFER BEN-ROB da TERRA – Parte III – Historias de MALDEK, da Terra e do sistema solar
“Antes que o povo de meu mundo (Maldek) os apunhalasse com o garfo da ilusão, os Elohim tocaram as suas harpas de fogo e cantaram a beleza de seu mundo e de sua devoção ao plano divino do Criador de Tudo Aquilo Que É.
Que o véu que fizemos cair sobre suas mentes seja em breve erguido e tirado de vocês para sempre pelo vento que está agora se elevando das profundezas da eternidade. Eu Sou Tob‑Vennit de Maldek.”
Traduzido do Livro “THROUGH ALIEN EYES – Através de Olhos Alienígenas”, escrito por Wesley H. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO GALÁCTICA, páginas 155 a 194.
JAFFER BEN-ROB DA TERRA – Parte III
LUTADORES PELA LIBERDADE DA TERRA
Naquela reunião estavam Deybal Ben‑Volar, tio Kanius, meu pai, dois homens que já tinham sido chefes de polícia do povoado e eu. Ninguém no grupo estava engolindo a história forjada maldequiana de que os nodianos iriam invadir a Terra. Sabia‑se que a usina de força era operacional, embora os maldequianos afirmassem haver sido sabotada por agentes nodianos. Também discutimos o fato de que a escassez de certos tipos de alimentos, remédios e outros materiais era também coisa dos maldequianos.
Tínhamos certeza de que esses “problemas” haviam sido inventados para manter a população do planeta desnorteada, com medo, confusa e apreensiva à medida que os maldequianos secretamente apertavam o laço em volta do nosso pescoço. No encerramento da reunião, todos concordaram que devíamos resistir aos maldequianos mesmo que fosse à força. Esperávamos que ainda houvesse tempo para espalhar as notícias em todo o mundo e descobrir algum meio de mais uma vez nos governar a nós mesmos. Meu pai sugeriu que tentássemos entrar em contato com os nodianos e pedíssemos seu auxílio para derrotar nossos governantes maldequianos. Todos sabíamos que quem fosse pego fazendo tal contato seria morto, mas concordamos que se devia correr o risco.
Eu era o único do grupo que já vira um nodiano e, como eu poderia entrar em contato com nodianos na terra de Mir e confidencialmente relatar nossa situação a eles, decidiu‑se que eu aceitaria a oferta de emprego de Cro‑Swain. A única coisa que consegui pensar na hora foi que Alfora poderia visitar sua terra de nascimento e estar com as pessoas que foram seus amigos de infância. Ela estava feliz porque nosso filho nasceria em Mir (Egito).
Tio Kanius enviou um mensageiro a Cro‑Swain com minha aceitação de sua oferta de emprego. Na tarde seguinte, o simm Rubdus chegou de carro aéreo para apanhar Alfora e eu. Fomos levados ao campo onde fôramos deixados pela espaçonave maldequiana vários dias antes. Lá encontramos esperando um carro aéreo maior. O operador dessa nave era maldequiano e seus passageiros eram uma combinação de gente da Terra e de contrutores cryberantes (uma raça de extraterrestres que construiu a Grande Esfinge).
Durante o tempo em que passamos com Rubdus, ele mencionou que ainda tinha cerca de dois anos para cumprir de seu contrato de serviço de dez anos com Cro‑Swain, e estava achando muito difícil tolerar a presença e as atitudes cruéis de milhares de krates que agora ocupavam os novos edifícios ao redor da vila. Foi a última vez que vi Rubdus. Fiquei sabendo depois que, ao retornar à vila depois de concluir uma tarefa para Cro‑Swain, ele se matara, mergulhando com seu carro aéreo carregado de bombas em um dos quartéis dos krates.
Seu ato matou várias centenas de krates, mas em represália todos os simms num raio de 160 quilômetros foram publicamente crucificados (o modo preferido dos maldequianos de executarem seus opositores …). Descobri também que a carga de explosivos que Rubdus descarregou nos krates naquele dia foi secretamente feita e embarcada em seu carro aéreo por meu pai e meu tio Kanius.
Quando chegamos a Mir, fomos abrigados ao noroeste da planície (agora chamada Planície de Gizé) em meio a um grupo de cerca de 200 cryberantes e 100 pessoas da Terra. A área de moradia graciana e simm ficava a norte de nós e os trabalhadores negróides dos planetóides (luas) de Relt/Júpiter e de outros locais moravam a leste da planície, próximo do rio Nilo. Os maldequianos, quando afinal chegaram em grandes números, moravam bem ao norte nas praias do Mar Mediterrâneo (naquela época bem menor do que hoje em dia). Um grupo de cerca de 30 krates acabou por ocupar moradias construídas próximo a um afloramento rochoso que mais tarde seria esculpido pelos cryberantes na forma da Esfinge original.
Cerca de 24 quilômetros a leste da planície havia um grande povoado de povo nativo da Terra. Era chamado Pankamerry, e seu líder era Cark Ben‑Zobey. Todos os negócios que os gracianos tinham com fornecedores de alimentos e outros mercadores eram conduzidos nesse povoado, pois os mercadores eram proibidos de entrar na área de construção das pirâmides. Todas as espaçonaves gracianas tinham o povoado de Pankamerry como local de aterrissagem e de saída da Terra de onde quer que viessem ou para onde fossem. Como eu e dois assistentes simms fomos incumbidos de prover as necessidades dos cryberantes, de tempos em tempos eu ia aos depósitos de alimentos e visitava minha própria gente.
Eu sabia que se visse um nodiano nunca deveria ser visto falando com ele, então idealizei um plano para recrutar a ajuda de um graciano ou de um cryberante para que notificassem telepaticamente qualquer nodiano de que eu desejava encontrá‑lo secretamente. O difícil era encontrar um graciano ou cryberante que eu tivesse certeza que não me entregaria aos krates. Das duas culturas telepáticas, provavelmente um graciano seria mais confiável. Passei muitas noites escutando os gracianos a matraquear números uns com os outros, fingindo entender o que diziam e gostar de seus charutos. Meu verdadeiro objetivo era escolher entre eles um graciano que pudesse, em meu nome, entrar telepaticamente em contato com qualquer nodiano que pudesse ou não aparecer na área.
Ao final de um período de cerca de um mês, minha procura por um conspirador telepático chegou ao fim quando fui abordado por um graciano idoso chamado Ponalix. Perguntou‑me sem rodeios o que eu queria. Disse que se tornara óbvio a ele e a muitos de sua espécie que eu estava sempre num estado de muita agitação sempre que ia ver suas reuniões noturnas.
Por amizade, ele pensou em me dizer que eu estava sem saber irradiando um sinal emocional de perigo que poderia ser detectado pelos krates. Contei a Ponalix meu plano de entrar em contato com quaisquer nodianos que viessem para a área. Sem hesitação, concordou em ajudar‑me se eu me acalmasse e não entrasse em contato com ele até que me enviasse uma mensagem. Concordei e fui para casa dormir.
Certa tarde, Alfora e eu embarcamos numa barcaça vazia que deveria ser rebocada por carro aéreo rio acima até uma pedreira, onde seria carregada com pedras cortadas para as pirâmides. Alfora tinha certeza de que daria à luz ao nosso filho muito em breve e queria ficar com as mulheres de sua própria tribo. Da barcaça, podíamos esquadrinhar as margens do rio à procura de sua gente, nômades que subiam e desciam o rio pescando e caçando. O carro aéreo deslocou‑se lentamente até que perdemos de vista a planície, depois do que o cabo se afrouxou à medida que o carro se deslocava sobre a barca, abaixando‑se a cerca de 90 centímetros de nossas cabeças.
A porta da nave se abriu e Ponalix pulou na barcaça. O carro aéreo retomou então sua operação de reboque. Ponalix nos disse que encontraríamos o povo de Alfora a cerca de 18 quilômetros mais ao sul e que deveríamos ficar com ele até que entrassem novamente em contato conosco. Ele me disse que providenciara que meu supervisor graciano imediato me concedesse uma licença por tempo indeterminado (mais longa do que a licença de quatro dias que eu arranjara).
O povo de Alfora nos acolheu calorosamente. Mill, o homem que tomara Alfora aos cuidados e proteção de sua família depois dela ficar órfã, estava exultante em nos ver e ficou encantado quando lhe contamos de nossa viagem a Maldek. Ele se lembrou de que já fazia mais de três anos desde que nos vira pela última vez, e ficou pensando, agora que a construção (das pirâmides e da esfinge) na planície havia afinal se iniciado, quanto tempo levaria para a conclusão. Eu disse a ele que eu tinha ouvido dizer que levaria cerca dois anos e quatro meses.
Três dias depois de se reunir à sua gente, Alfora deu à luz a uma menina que chamou de Barla. Na noite seguinte, enquanto eu estava sentado conversando com Mill, um adolescente veio ter comigo e deu‑me um charuto. Disse‑me que o tinha recebido de um homem rio abaixo. Disse‑me que o homem falara com ele com um sotaque estranho e lhe dissera para me dizer para encontrá‑lo às margens do rio. A noite estava escura quando segui o menino ao local para onde o instruíram a me levar.
Primeiro, vi um pequeno barco ancorado perto da praia. Continha quatro pessoas, e eu conseguia apenas distinguir suas silhuetas. Então, sobressaltei‑me com a voz baixa de um homem que se dirigiu a mim chamando‑me pelo nome. Voltei‑me e me deparei com um homem alto vestido de negro, seu capuz adornado com um cordão prateado. Ele disse: “É um prazer conhecê‑lo, Jaffer. Sou Opatel Cre’ator. Creio que você tem um sério problema maldequiano. Como posso ajudá-lo?”
Opatel pacientemente escutou‑me descrever como nós, da Terra, estávamos sendo metodicamente derrotados e escravizados pelos maldequianos. Depois que pedi auxílio militar dos nodianos para derrotar os maldequianos, ele começou a falar: “Jaffer, você é, na verdade, um representante de um grupo entre muitos do povo da Terra que secretamente vieram a nós com o mesmo pedido. Acredite‑me, se estivesse em seu lugar, estaria fazendo exatamente a mesma coisa”. “Antes de mais nada, nossa opinião é que seu povo não está sendo derrotado, e sim de fato já está derrotado.
Em segundo lugar, nossa tecnologia deu a vocês a falsa impressão de que somos capazes de fornecer a vocês auxílio militar superior. Vocês devem entender que nossas espaçonaves, em razão de seu número esmagador, poderiam destruir a pequena frota espacial maldequiana, mas o que se conseguiria com isso? Ainda restariam milhões de maldequianos na Terra. O que querem que façamos? Conduzir uma guerra terrestre em escala planetária contra eles quando mais de 95% de seu próprio povo não se opõe a seu governo maldequiano?
(n.t. – Uma situação muito semelhante à que vivemos hoje no planeta, em pleno século XXI – em que a maioria da população terrestre continua ignorante em relação à escravidão imposta por seus governantes que trabalham para uma Elite que realmente controla o Planeta, em nome de LÚCIFER/BAAL/MARDUK, a CONSCIÊNCIA (El) de MALDEK, sendo muitos deles maldequianos em sua essência psíquica, em suas almas)
Além disso, seria impossível convencer os que controlam os vários poderes militares de Nodia a intervir violentamente de forma individual ou coletiva nos assuntos políticos de um planeta de outro sistema solar. Afinal, os maldequianos não lhes causaram problemas.” À medida que escutava Opatel falar, rolavam‑me lágrimas pelo rosto. Minhas esperanças e expectativas foram totalmente destruídas. Ele colocou a mão em meu ombro e continuou: “Nem tudo está perdido, meu amigo. Meu meio‑irmão mais novo, Rayatis, é o principal diretor de uma Casa de Comércio nodiana em franca expansão, e discuti com ele os costumes e métodos dos maldequianos várias vezes.
Rayatis acredita que, embora os maldequianos não sejam atualmente uma ameaça para nós de Nodia, eles acabarão por se tornar. Portanto, idealizamos um plano de grande alcance para lidar com eles. Primeiro, enviamos um emissário ao mundo natal graciano para estabelecer relações diplomáticas. Usaremos todos os meios que temos disponíveis para convencer os gracianos a não fornecer nem vender mais sua tecnologia avançada aos maldequianos.
Temos esperança de que iremos conseguir esse acordo. Rayatis não se oporá aos esforços das outras duas grandes casas de comércio nodianas para estabelecer bases em Marte, Vênus ou quaisquer planetoides (as luas) dos quatro radiares (os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). É a atitude mais sensata a se tomar, pois se a guerra acabar irrompendo entre nodianos e maldequianos, essas casas de comércio, que em outras circunstâncias competem entre si, se reunirão à casa de comércio de Rayatis para coletivamente proteger seus próprios interesses. A primeira fase do plano é manter os maldequianos sob controle em seu sistema solar natal aqui da Terra e reduzir seu poder”.
Opatel não acalentava falsas idéias de que os maldequianos se submeteriam a essas medidas nodianas. A questão era quanto tempo levaria para eles contra‑atacarem? Só o tempo diria. Enquanto isso, ele concordou em secretamente fornecer a qualquer grupo da Terra o que pudesse para ajudá‑los a minar o governo maldequiano. Avisou que caberia a esses grupos convencer os outros nativos do planeta a rejeitar os costumes dos maldequianos e se juntar ao movimento de resistência, que tinha como meta suprema restituir seus direitos e sua liberdade.
Havia muitíssimos elementos complexos relativos ao plano que Opatel e eu discutimos naquela noite às margens do Nilo, demais para esta narrativa. Mesmo assim, contarei duas informações que recebi naquela noite, pois sei que descrevê‑las colocará uma melhor perspectiva para o leitor sobre a situação como um todo daquela época.
CONSTRUÇÕES EM MARTE-NOTÍCIAS DE OUTROS CONQUISTADORES
Opatel me disse que enquanto conversávamos, uma equipe graciana de construção, com o apoio de trabalhadores dos planetóides que orbitavam Relt/Júpiter, estava construindo uma grande pirâmide e outras estruturas também no planeta Marte (n.t. As ruínas desses monumentos estão localizados na hoje chamada Planície de Cydonia, em MARTE e foram fotografados pela sonda Viking da NASA). Não se sabia quem estava financiando essa construção, mas ele desconfiava que os maldequianos estivessem por trás delas. Ele me disse ter sido informado que as pirâmides de Mir (Egito) e de Marte estavam sendo construídas com as finalidades de curar enfermidades humanas físicas e prolongar a vida.
Opatel Cre’ator estava convencido de que as estruturas não estavam sendo construídas com esse fim, mas admitiu ainda não ter descoberto o verdadeiro propósito dos maldequianos. Os gracianos, por outro lado, também pareciam estar no escuro, mas foram invadidos por um tipo de euforia espiritual por eles experimentada sempre que estavam construindo algo cuja forma expressasse os números sagradosque descreviam toda a realidade existente no universo.
Opatel Cre’ator também me informou que as explorações espaciais nodianas os colocaram em contato com muitas raças de outros mundos que apresentavam a mesma atitude superior e arrogante dos maldequianos em relação a pessoas não‑nativas de seus mundos. Algumas dessas “raças superiores” tinham de um modo ou de outro assumido o controle de sistemas solares inteiros, governando com rudeza e crueldade os seus habitantes humanos.
Opatel explicou que atualmente estava além dos recursos físicos dos nodianos e de seus aliados encarregar‑se diretamente da defesa dessas culturas. Acrescentou saber também que chegaria o dia em que algo teria de ser feito por alguém para impedir a união dos povos do lado NEGRO numa força conquistadora única que no futuro poderia se espalhar como uma doença e possivelmente dominar todo o universo.
Disse também que se fosse verdade que nós, como almas humanas, reencarnaríamos depois da morte e viveríamos varias vezes em épocas futuras, seria muito desagradável nascer numa vida futura como escravos dos seres do lado sombrio em um planeta ou sistema solar inteiro por eles controlados. Tomou fôlego e disse: “Poderia prosseguir sem parar com todas as formas de especulação sobre o futuro e sobre o que se pode e não se pode fazer e o que acabará sendo necessário fazer em relação aos seres do lado sombrio como os maldequianos. Mas tais especulações não ajudarão a tirar você e seu povo de sua atual situação. Lidemos com o que sabemos e descubramos o que pudermos sobre os planos reais dos maldequianos, a seguir façamos o que for preciso para impedí‑los de fazer coisas ainda piores ao seu mundo e ao seu povo”.
Antes de ir embora, Opatel Cre’ator me disse para esperar ser procurado por um homem que seria reconhecido por sua capacidade de impedir a seu bel prazer que sua forma física projetasse sombra. Perguntei a Opatel como o homem conseguia fazer isso. Ele replicou: “Não sei mesmo com certeza, mas acho que ele absorve a energia da luz solar para sua essência interpsíquica”. Opatel então entrou na água e foi até o barco que o esperava. Escutei o ronronar baixo do motor elétrico e observei o barco deslocando‑se corrente acima e desaparecendo da vista dentro da escuridão.
Quando a Esfinge foi concluída, tomaram‑se providencias para que os cryberantes e os que trabalhavam de perto com eles saíssem da terra de Mir. Como eu era um dos que trabalharam com os cryberantes, minha família e eu estávamos na lista dos que deveriam partir. Reunimo‑nos certa manhã para começar a nossa viagem a pé para o norte até a costa do Mediterrâneo, onde, nos disseram, seríamos transportados para nossos respectivos lares em outras regiões da Terra ou levados a espaçoportos onde as pessoas do grupo vindas de outros mundos seriam transportadas a seus mundos natais de espaçonave. Fiquei surpreso ao descobrir que Sou‑Dalf e Serp‑Ponder, juntamente com cerca de 50 krates de postos inferiores, iriam nos escoltar.
FUGA DA MORTE CERTA
Quando saímos, fiquei de olho num homem que não projetava sombra. No caminho passamos por Serp‑Ponder, que se postava altivamente numa colina rochosa e parecia estar nos contando ou nos inspecionando à medida que passávamos. Quando me viu, chamou‑me pelo nome e fez sinal para que fosse com ele. Desceu da colina e foi até Alfora, que carregava nossa filha Barla. Olhou o bebê e tocou‑o suavemente na testa. Enquanto fazia isso, sussurrou: “Pegue sua mulher e sua filha e vá para Pankamerry. Se querem salvar suas vidas, não vão com Sou‑Dalf e os cryberantes. “Os cryberantes e todos os que estiverem com eles serão mortos antes de chegarem às praias do mar”.
Pediu então que o seguíssemos, o que fizemos. Levou‑nos para trás da colina, passando os guardas krates de perímetro. Deu‑me um cantil de água e disse: “Volte daqui a alguns dias e reúna‑se ao grupo de gente da Terra que vive ao norte do acampamento graciano. De lá vocês acabarão por ser levados com segurança de Mir para sua terra natal”. Agradeci rapidamente. Sem dizer outra palavra, voltou‑se e retornou correndo à sua posição no topo da colina. A estrada para Pankamerry seguia em meio a uma luxuriante floresta verdejante que existia naquela época.
Estávamos andando nessa estrada havia mais de uma hora, quando demos com um homenzinho vestindo calças amarelas sujas e sem camisa, e que parecia estar discutindo com uma árvore num idioma desconhecido. Às vezes batia na árvore com um objeto de metal, que depois vimos tratar‑se ser uma flauta. Quando nos viu, interrompeu seus acessos de cólera e atos violentos e ternamente acariciou a árvore como se confortasse uma criança. Quando o homem foi para o meio da estrada, imediatamente notei que nem ele nem a árvore projetavam sombra, embora nós e todos os outros objetos a nosso redor o fizessem. Sorriu‑nos, fez sinal para a árvore e disse perfeitamente em meu idioma materno: “Às vezes é necessário mostrar a elas quem é que manda”. Perguntei seu nome e ele me disse que era simplesmente chamado como Aquele Que Não Projeta Sombra .
Enquanto andávamos, ele me disse que eu poderia confiar em Cark Ben‑Zobey, o líder da cidade de Pankamerry, ou em qualquer um que ele dissesse que se podia confiar. Aquele que Não Projeta Sombra conhecia meu povoado natal e o movimento de resistência liderado por meu pai, tio Kanius e Beybal Ben‑Volar. Disse‑me que atualmente eles estavam se escondendo dos maldequianos, que os descobriram depois que Rubdus jogara seu carro aéreo nos quartéis krates. Aconselhou‑nos a permanecer em Pankamerry até que Cark Ben‑Zobey, tivesse certeza de que era seguro retornarmos ao local de construção da pirâmide.
Disse que Opatel Cre’ator e seu irmão Rayatis mandavam suas lembranças e garantias de que tudo estava se encaminhando de acordo com o plano para auxiliar os terráqueos que estavam preparados para resistir ao governo maldequiano, e que seriam feitos todos os esforços possíveis para me manter informado do progresso do plano. Aquele que Não Projeta Sombra entregou, então, a Alfora uma caixinha, dizendo‑lhe que era um presente do senhor Opatel. A caixa continha um pequeno Triângulo prateado com um duplo lado esquerdo (a insígnia da casa de comércio de Cre’ator). Alfora sensatamente guardou escondido esse tesouro pelo resto daquela vida.
Passamos os dias em Pankamerry como hóspedes de Cark Ben‑Zobey, suas duas mulheres e três filhos adultos solteiros. Aquele que Não Projeta Sombra nos visitou diversas vezes, informando‑nos sobre o que ouvira de Nodia e o que descobrira sobre as atividades dos maldequianos locais. Foi durante sua primeira visita que ele confirmou que os krates, sob a comando de Sou‑Dalf, mataram todos os desavisados cryberantes e jogaram os corpos no Mediterrâneo. Ficamos com Cark Ben‑Zobey e sua família por cerca de nove dias e voltamos à planície. Escolhemos entre as muitas casas vazias abandonadas por seus ocupantes anteriores, que tinham retornado a seus locais de origem ou tinham dado aquele passeio fatal ao norte com Sou‑Dalf e seus krates.
No dia em que o cume de cristal Astrartone da Grande Pirâmide (foi no dia equivalente hoje ao solstício de verão do mês de JUNHO no hemisfério norte) de Mir foi colocado em seu lugar, Alfora e eu estávamos entre um grupo de espectadores postados a vários milhares de metros a oeste da estrutura. Entre nós e a pirâmide havia primeiro uma linha de krates e a seguir o muro que fora construído ao redor da pirâmide. No topo desse muro, em cada um de seus cantos, havia um krate, que por algum tempo estiveram ocupados expulsando os trabalhadores dos planetóides Relt de cima do muro, onde estavam empoleirados para ter uma visão melhor dos acontecimentos.
Descobri que as pessoas dos planetóides Relt não foram selecionadas pelos gracianos apenas em razão de seu tamanho e força, e sim também devido à energia psíquica por eles emitida naturalmente que se polarizavam com as freqüências de sintonia usadas pelos sacerdotes Stolfas gracianos para levitar os blocos maciços de pedra que foram usados na construção das pirâmides. Se uma pessoa como eu tivesse tentado deslocar ou mesmo tocar um bloco levitado, o processo teria se rompido, fazendo com que a pedra se espatifasse no chão.
Uma hora antes do cume ser colocado no lugar, uma espaçonave negra, marcada com um triângulo prateado com um duplo lado esquerdo, aterrissou numa clareira atrás de nós. Da nave saiu Opatel Cre’ator e várias outras pessoas de sua raça. Atravessaram diretamente a multidão em direção à pirâmide. Opatel passou a cerca de 30 centímetros de mim e de Alfora e me olhou diretamente nos olhos. Fez uma expressão facial que facilmente interpretei como: “agora eu já sei o que os maldequianos estão planejando”.
Opatel e seu grupo foram recepcionados por uma tropa de 12 krates carregando uma bandeira branca com a figura de duas serpentes douradas uma de frente para a outra. Essa escolta ficou com Opatel durante as cerimônias e durante cada segundo posteriormente até que ele depois entrou em sua nave e voou embora.
Continua …
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