Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Ruínas de Angkor Wat, Camboja


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Tecnologia à Laser descobre uma cidade perdida nas selvas do Camboja, considerada como o maior complexo de templos do mundo
Nas profundezas da selva do Camboja encontram-se os restos de uma vasta cidade medieval que permaneceu escondida até o século XIX, Angkor Wat, foi construída por volta de 1150, continua sendo o maior complexo religioso do planeta, cobrindo uma área quatro vezes maior do que a Cidade do Vaticano.
Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
Tecnologia à Laser descobre uma cidade perdida nas selvas do Camboja, o maior complexo de templos do mundo
Agora, técnicas modernas de arqueologia estão revelando os segredos dessa cidade misteriosa: uma rede intrincada de templos, largas avenidas e sofisticadas obras de engenharia. E, mais incrível ainda, os arqueólogos encontraram na região uma outra cidade, ainda mais antiga – uma verdadeira “Atlântida” construída em meio à plena selva do Camboja.
Em abril de 1858, um jovem explorador francês, Henri Mouhot, velejou de Londres para o sudeste da Ásia. Durante três anos de viagens, ele pesquisou e identificou exóticos insetos da floresta que ainda hoje carregam seu nome.
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Situado no Camboja, Angkor Wat é um complexo de templos de dimensões extraordinárias. Construído no começo do século XII d.C., foi erguido como capital sagrada do império Khmer, onde ficava o centro político e religioso do império. Segundo a lenda, o local foi escolhido para agradar aos deuses e o rei deixou que um boi (animal sagrado para esse povo) escolhesse o lugar.
Mouhot morreu em Laos, em 1861, vítima de uma doença contraída na selva. Muito provavelmente, o nome do explorador teria caído no esquecimento. No entanto, um diário de viagem escrito por ele, narrando suas aventuras, foi publicado dois anos mais tarde.
O livro conquistou o público não apenas por conta de suas representações de aranhas e outros insetos. O diário de Mouhot também continha vívidas descrições de templos invadidos pela floresta, apresentando ao mundo, em todo o seu esplendor, a cidade medieval perdida de Angkor, no Camboja.
“Um desses templos, um rival do templo de Salomão, erguido por um Michelangelo da Antiguidade, mereceria lugar de honra ao lado das nossas mais belas construções. É mais grandioso do que qualquer obra deixada para nós pelos gregos ou romanos”, ele escreveu.
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A tecnologia da Lidar revelou a cidade original de Angkor, as linhas vermelhas indicam os traços modernos incluindo estradas e canais. Foto: Khmer Archaeological LiDAR Consortium (KALC)
As descrições de Mouhot ajudaram a firmar, na cultura popular, a poderosa fantasia de exploradores às voltas com templos esquecidos.
Hoje, o Camboja é famoso por essas ruínas. A maior, Angkor Wat, construída por volta de 1150, continua sendo o maior complexo religioso do planeta, cobrindo uma área quatro vezes maior do que a Cidade do Vaticano.
A cidade medieval atrai dois milhões de turistas por ano e ocupa lugar de honra na bandeira do Camboja.

Atlântida da Selva

Em 1860, no entanto, Angkor Wat era conhecida apenas por monges e moradores da região. E eles não tinham a menor ideia de que esse grande templo havia sido cercado, um dia, por uma cidade com quase um milhão de habitantes.
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Angkor é uma região do Camboja que serviu como sede do Império Khmer, que floresceu aproximadamente entre o século IX e o século XIII. A palavra “Angkor” é derivada do Sânscrito nagara, que significa “cidade”. O período Angkoriano começou em 802 d.C., quando o monarca Khmer HinduJayavarman II declarou-se como um “monarca universal” e um “deus-rei”, até 1431, quando invasores Ayutthayan (Tailandês) saquearam a capital Khmer, fazendo a sua população migrar para a zona sul de Phnom Penh.
Foi necessário quase um século de exaustivos estudos arqueológicos de campo para completar o mapa. Aos poucos, a cidade perdida de Angkor começou a ressurgir, rua após rua. Ainda assim, restavam várias lacunas em branco.
No ano passado, arqueólogos anunciaram uma série de novas descobertas sobre Angkor. E disseram ter encontrado uma cidade mais antiga ainda, escondida mais além, nas profundezas da floresta.
Uma equipe internacional, liderada pelo arqueólogo Damian Evans, da Universidade de Sydney, Austrália, tinha mapeado 370 km quadrados em torno de Angkor com uma precisão de detalhes absolutamente sem precedentes. Um feito impressionante, tendo em vista a densidade da floresta e a presença de minas remanescentes da guerra civil no Camboja. Mais notável ainda, o mapeamento foi feito em apenas duas semanas.
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Ainda em 1860, Angkor Wat era conhecida apenas por monges e moradores da região. E eles não tinham a menor ideia de que esse grande templo havia sido cercado, um dia, por uma cidade com quase um milhão de habitantes.
O segredo da equipe australiana chama-se Lidar, uma tecnologia que está revolucionando a arqueologia, especialmente nos trópicos. Embutido em um helicóptero que sobrevoou toda a selva do Camboja, o sistema Lidar emitiu um milhão de raios laser a cada quatro segundos, registrando minúsculas variações na topografia do solo.
Os arqueólogos encontraram traços da cidade entalhados no chão da floresta, com templos, ruas e elaborados aquedutos distribuídos pela região.
“Você tem essa espécie de revelação quando coloca os dados na tela pela primeira vez e lá está, essa cidade antiga, com absoluta clareza, bem na sua frente”, disse Evans.  As novas descobertas transformaram profundamente nossa compreensão de Angkor, a maior cidade medieval do mundo.
No seu apogeu, no final do século 12, Angkor era uma metrópole que cobria 1.000 km quadrados. (Para se ter uma ideia, Londres só alcançou esse tamanho 700 anos depois.)
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Ruínas de Phra Sav Ling Povn, palácio do rei leproso, perto de Angkor Wat, por volta de 1930
Angkor foi a capital do poderoso império Khmer que, sob o comando de reis guerreiros, dominou aquela região durante séculos. Seu território cobria o que hoje entendemos como Camboja, Vietnã, Laos, Tailândia e Mianmar. Mas suas origens ainda eram mistério.
Inscrições indicavam que o império havia sido fundado no início do século 9 por um grande rei, Jayavarman Segundo, e que a primeira capital, Mahendraparvata, ficava em montanhas a nordeste do ponto onde Angkor seria, mais tarde, construída.
Mas ninguém sabia ao certo – até a chegada da equipe australiana.
Uma análise da área com o auxílio da nova tecnologia revelou tênues vestígios de templos desconhecidos e uma elaborada rede de avenidas, diques e lagos artificiais – uma “Atlântida” na selva.
Mais impressionante ainda foram evidências de obras de engenharia hidráulica de grande escala identificadas pelos sensores – uma marca registrada do império Khmer.
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No final do século 9, quando a capital foi transferida para um ponto mais ao sul, onde fica Angkor, engenheiros Khmer já eram capazes de armazenar e distribuir grandes quantidades de preciosa água recolhida durante a estação das monções por meio de uma rede complexa de canais e reservatórios.
A capacidade de armazenar água permitia estabilidade nos suprimentos de alimentos e enriqueceu a elite Khmer.
Durante os três séculos seguintes, essa riqueza financiou a maior concentração de templos da Terra. Um destes, o Preah Khan, construído em 1191, continha 60 toneladas de ouro. Hoje, essa material valeria US$ 3,3 bilhões.

Declínio

Mas apesar de toda essa riqueza, Angkor não foi capaz de derrotar um inimigo inclemente: o clima. No momento em que o programa de construção de templos atingia seu pico, a rede hidráulica, vital para a sustentação da cidade, começou a sofrer por falta de manutenção. No final da Idade Média houve variações dramáticas de clima no sudeste asiático.
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Variações climáticas bruscas e dramáticas no final da Idade Média levaram ao declínio de Angkor
Amostras de troncos de árvores registram flutuações repentinas entre secas extremas e chuvas torrenciais. E o mapa produzido pelo sistema Lidar revela os danos catastróficos que as inundações provocaram.
Sem esse mecanismo vital de sustentação, Angkor caiu em declínio e jamais se recuperou. No século 15, os reis Khmer abandonaram a cidade e se mudaram para a costa. Lá, construíram uma nova cidade, Phnom Penh, atual capital do Camboja.
Quando Mouhot chegou, encontrou apenas os grandes templos de pedra, muitos, em ruínas. Praticamente todo o resto – de casas populares a palácios reais, feitos de madeira – havia apodrecido. A metrópole que um dia existira em torno dos templos tinha sido devorada pela floresta.

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