A missão foi encerrada após uma manobra de alto risco, com uma ousada frenagem aerodinâmica. [Imagem: ESA/C. Carreau]
Risco final
A sonda espacial Vênus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), chegou ao fim de sua missão de oito anos, depois de ter excedido largamente o seu tempo de vida previsto.
Desde que chegou a Vênus, em 2006, a Vênus Express permaneceu em uma órbita elíptica de 24 horas, passando a 66 mil quilômetros acima do Polo Sul do planeta, no seu ponto mais distante, e a 200 quilômetros acima do Polo Norte no seu ponto mais próximo. A missão realizou estudos detalhados do planeta Vênus e da sua atmosfera.
Contudo, depois de oito anos em órbita e com o seu combustível já prestes a se esgotar, a Vênus Express foi incumbida de uma missão de alto risco, com uma ousada manobra de frenagem aerodinâmica, durante a qual a sonda mergulhou progressivamente na atmosfera de Vênus, atingindo seu ponto máximo de aproximação do planeta.
Normalmente a sonda usava seu combustível para não chegar muito perto de Vênus e correr o risco de se perder na atmosfera do planeta. Mas, neste caso, o restante do combustível foi queimado com o objetivo oposto, ou seja, reduzir a altitude da nave e permitir a exploração de regiões anteriormente desconhecidas da atmosfera de Vênus.
Freio aerodinâmico
A campanha proporcionou uma experiência importante para futuras missões - a frenagem aerodinâmica pode ser usada para entrar na órbita de planetas com atmosferas com uma quantidade de combustível menor do que se calculava.
Depois de ter passado esse mês "surfando" em baixas altitudes dentro e fora da atmosfera, a sonda aumentou novamente o ponto mais baixo da sua órbita realizando uma série de 15 pequenos acionamentos do seu propulsor, regressando finalmente aos 460 quilômetros, com um período orbital de pouco mais de 22 horas.
A missão então continuou em uma fase científica pouco intensa, sem grandes novidades, enquanto a sonda aproximou-se gradualmente de Vênus de forma natural devido à gravidade.
Considerando a hipótese de que ainda poderia haver algum combustível remanescente, a ESA decidiu corrigir esta queda natural da órbita com uma nova série de manobras de subida, numa tentativa de prolongar a missão até 2015.
Mas o contato com a Vênus Express foi perdido no final de Novembro. Desde então, as conexões de telemetria e telecomando têm sido parcialmente restabelecidas, mas de forma muito instável e com informações limitadas.
"As informações disponíveis mostram que a nave perdeu o controle, provavelmente devido a problemas de propulsão durante as manobras de aumento de altitude," diz Patrick Martin, gestor da missão. "Provavelmente, a Vênus Express esgotou o propulsor que lhe restava no meio das manobras realizadas em Novembro."
Fonte: Inovação tecnológica
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