Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

domingo, 7 de dezembro de 2014

BRICS, o que aconteceu com a Economia ?


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O que aconteceu com a economia dos BRICS?
A desaceleração econômica dos países membros do grupo conhecido como  BRICS está acontecendo. Já nesta década, a taxa média de crescimento econômico caiu em mais de dois pontos percentuais. 
O homem que inventou o termo “Brics”, Jim O’Neill, então da Goldman Sachs, acredita que a transição pode ser gerida sem muita turbulência. Outros são mais cautelosos. 
Em 2001, os Brics foram considerados os países que poderiam remodelar a economia mundial. BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA e CHINA – na época o grupo não incluía a ÁFRICA DO SUL –  foram identificados como economias grandes e de crescimento rápido que teriam papeis globais cada vez mais influentes no futuro.
Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
A crise econômica chega aos países dos BRICS e a desaceleração de suas economias causa incertezas em relação ao seu futuro 
Mas a desaceleração econômica pela qual o Brasil está passando se repete em todos os paises integrantes do grupo. O que aconteceu com estas economias?
Hoje, China e Rússia são possivelmente as mais preocupantes para o resto do mundo no curto prazo. Podem provocar uma reformulação séria e bastante indesejável na economia mundial.
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Última Reunião dos Países dos Brics foi no Brasil, países enfrentam dificuldade econômicas
No caso da China, há o risco de a desaceleração econômica se transformar em algo mais prejudicial para a economia mundial. Com a Rússia, há a possível consequência econômica do conflito na Ucrânia.
A desaceleração da China aconteceria mais cedo ou mais tarde. Na verdade, é notável que não tenha vindo antes.
A China tem registrado taxas extraordinárias de crescimento econômico há muito tempo – uma média de 10% ao ano nas últimas três décadas. Mas este crescimento é baseado em taxas muito elevadas de investimento, atualmente em 48% da renda nacional ou PIB.
Quando o investimento é alto assim, há sempre o risco de que muitos projetos acabem sendo um desperdício ou não sejam rentáveis, minando as finanças dos próprios investidores e de qualquer banco-empresa que tenha emprestado dinheiro a eles.
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Brasil e Rússia dependem muito ainda em parte das exportações de commodities, como produtos agrícolas e a Rússia do petróleo e gás.
Poucos países têm taxas de investimento mais altas do que as chinesas – e nenhum deles têm muito a ensinar para a China. São eles Butão, Guiné Equatorial, Mongólia e Moçambique. Outro fator que ajuda a entender o crescimento chinês é o volume das exportações do país.
Mas não é possível depender disso atualmente, quando o resto do mundo ainda luta para se recuperar da crise financeira.

Transição chinesa

O que o governo chinês quer fazer é avançar no sentido de um crescimento econômico um pouco mais lento e mais influenciado por venda de bens e serviços para os consumidores chineses.
A desaceleração está acontecendo. Já nesta década, a taxa média de crescimento caiu em mais de dois pontos percentuais. O homem que inventou o termo “Brics”, Jim O’Neill, então da Goldman Sachs, acredita que a transição pode ser gerida sem muita turbulência. Outros são mais cautelosos.
O professor Kenneth Rogoff, da Universidade de Harvard, diz que a desaceleração da China é ao mesmo tempo inevitável e desejável, mas adverte: “Não é fácil conter o crescimento gradualmente sem provocar problemas generalizados de projetos de investimentos ambiciosos.”
Ele diz que, se o crescimento chinês entrar em colapso, a queda global poderia ser muito pior que a causada por uma recessão normal nos EUA. Já a Rússia é uma história diferente. Seu impacto econômico potencial sobre o resto do mundo em um futuro próximo está altamente relacionado com questões políticas.
O conflito na Ucrânia e as sanções econômicas impostas pelos EUA e União Europeia já prejudicou a Rússia economicamente. As sanções impostas pelo Ocidente e o receio entre os investidores de que elas possam aumentar e agravarem uma desaceleração econômica que ocorreria de qualquer maneira. 
O país já perdeu US$ 85 bilhões este ano, de acordo com dados do Banco Central russo. A Rússia é muitas vezes criticada por ter um ambiente de negócios difícil, devido à burocracia e incertezas sobre o sistema legal. O FMI já falou disso antes, e Jim O’Neill também afirma que a Rússia precisa de normas confiáveis de direito empresarial.
Os problemas da Rússia já tiveram impacto econômico além de suas fronteiras, notadamente na Alemanha. As exportações deste pais para a Rússia caíram acentuadamente – o que é um fator importante para se entender por que agora a Alemanha está perto da recessão.
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O Kremlin de Moscou, habitualmente conhecido apenas como Kremlin é uma fortaleza situada no centro da cidade e que serve de sede do governo da Rússia. Ocupa cerca de 30 hectares e contém vários monumentos no seu interior.
Olhando para o futuro, o FMI também advertiu que “riscos geopolíticos”, ou seja, a crise na Ucrânia e no Oriente Médio, são algumas das principais ameaças para a recuperação da economia global que já é, nas palavras do próprio FMI, “fraca e desigual”.

A Força da Índia

Outros dos países membros dos Brics com problemas claros é o BRASIL – apesar de o país representar menor perigo dentro do contexto global. Assim como a Rússia, é uma economia em que as exportações de commodities desempenharam um papel importante para os bons resultados da década de 2000.
Na Rússia, a mercadoria que se exportava era energia, o petróleo e gás. Já o Brasil tem minério de ferro e commodities agrícolas como soja, carne, frango, café e açúcar.
Jim O’Neill diz que ambos precisam tomar medidas para tornarem-se menos dependentes do setor de exportação de commodities. Devem melhorar a sua competitividade de trabalho, diz, e se tornarem mais atraentes para o investimento privado em outras áreas de produção industrial.
Entre os países do Bric original – que não incluia a África do Sul -, a Índia aparentemente é o que está causando menos ansiedade nos mercados financeiros e instituições econômicas internacionais no momento. O crescimento ganhou força este ano, embora esteja muito aquém daquele da década anterior. Muitos investidores receberam bem o novo governo de Narendra Modi, que assumiu o cargo em maio.
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ÍNDIA: O Taj Mahal, às margens do Rio Yamuna, na cidade de Agra, um templo que o imperador Shah Jahan (Kuthumi Lal Singh) mandou construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal (“A joia do palácio”).
“Estou mais otimista do que estive por algum tempo atrás sobre a Índia”, diz Jim O’Neill.
Então, será que os Brics estão desmoronando?
É bom lembrar de onde este conceito veio. Ele apareceu pela primeira vez em um artigo escrito em 2001 por Jim O’Neill. Não era um grupo, mas apenas uma maneira conveniente, com uma sigla e acrônimo agradável, para detectar tendências importantes.
Somente anos depois os países começaram a fazer cúpulas anuais e, nesta fase inicial, o grupo não incluía a África do Sul. O “s” no final de Brics aparecia apenas como um plural, mas agora significa a África do Sul (South Africa em inglês).

Alcançando o crescimento

O objetivo do trabalho era mostrar o papel cada vez mais influente que esses países desempenhariam na economia global pelos próximos 10 anos, e argumentar que a cooperação econômica internacional deveria mudar para refletir esta realidade diferente. E isso ocorreu.
Desde 2008, um dos fóruns-chave para questões de política econômica tem sido o grupo G20, que inclui todos os Brics entre os seus membros.
Os Brics eram as maiores economias emergentes do planeta. Não havia nenhum país africano quando a ideia foi usada pela primeira vez, e em termos do seu peso econômico a África do Sul estava bem atrás dos outros, e também de alguns que não foram incluídos, como a Indonésia e o México.
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O Brasil é uma economia em que as exportações de commodities desempenharam um papel importante para os bons resultados da década de 2000.
Um artigo de acompanhamento de dois outros economistas do Goldman Sachs estendeu a análise até 2050 e sugeriu que os Brics, em conjunto, poderiam ser maiores que os seis principais países industrializados somados já em 2039. A rigor, os artigos do Goldman Sachs não eram previsões. Eram retratos de como o mundo poderia ser se os países crescessem o quanto podem. As taxas de crescimento previstas eram muito maiores do que a de países ricos.
Eles têm a possibilidade de alcançar esses países ao investir rapidamente em tecnologia, o que já está estabelecido em economias desenvolvidas. Eles também têm mão de obras (barata) disponível, para as indústrias em rápida expansão, por causa da população em crescimento e urbanização, com as pessoas se mudando do campo para as cidades.
Nas projeções originais de Jim O’Neill, o crescimento chinês ao longo dos próximos 10 anos foi fixado em 7%, da Índia de 5%, e Rússia e Brasil, em 4%.
O Brasil foi o único que não atingiu essa projeção.
Mas todos os Brics têm desacelerado na década atual, por mais de dois pontos percentuais cada, com exceção da África do Sul.

Potencial para o futuro

O FMI investigou a desaceleração dos países em desenvolvimento. Uma parte significativa dele reflete a demanda internacional mais fraca por suas exportações e políticas governamentais dos próprios países, que se tornaram uma limitação ao crescimento, à medida que reverteram políticas de estímulo anteriores -cortando gastos ou aumento impostos para reduzir as necessidades de financiamento.
Mas também há outros fatores que afetam a capacidade das economias emergentes de crescer no futuro – que limitam o que o FMI chama de “potencial de crescimento”.
As taxas de juros tendem a subir gradualmente de seus atualmente baixos níveis nos países ricos – particularmente nos EUA e no Reino Unido. Isso vai afetar as taxas globais e tornar o investimento mais caro em economias emergentes.
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Muitos também terão de lidar com o envelhecimento da população e um crescimento mais lento do número de pessoas em idade ativa. Para alguns, a vantagem demográfica que tinham anteriormente está desaparecendo.
Rússia e China estão entre nesse grupo. Isso foi levado em conta nas projeções do Goldman Sachs. Jim O’Neill diz que, mais recentemente, suas políticas nesta área têm sido “surpreendentemente boas”.
A China está afrouxando sua política de filho único e, diz ele que, “a Rússia tem tido algum sucesso no aumento da expectativa de vida com políticas muito mais inteligentes sobre o consumo de álcool.”
Apesar de todos os Brics terem desacelerado nesta década, os que apresentam perfomance mais fracas agora são Brasil e Rússia.
Suas taxas médias de crescimento têm sido inferiores a dos Brics asiáticos o tempo todo e, neste ano, eles desaceleraram ainda mais. Para 2014 como um todo, o FMI projetou crescimento para os dois, mas muito pouco – de 0,3% para o Brasil e 0,2% para a Rússia.
Os dois números, aliás, são bem menores do que foi previsto este ano até para a zona do euro – apesar de ela ainda estar em crise e ter sido descrita como assombrada pelo “fantasma da estagnação” por Mark Carney, do Banco da Inglaterra.
Jim O’Neill ainda não acha que é o caso de tirar Brasil e Rússia do Brics – mas os últimos anos têm certamente sido uma decepção. Portanto, não é hora de abandonar, desistir dos Brics.
Os países que integram o grupo estão passando por alguns problemas, certamente. Para mudar o quadro, a China, em particular, está embarcando em uma operação audaciosa, enquanto busca uma forma diferente e, talvez, em última análise, mais sustentável de desenvolvimento econômico.
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A África do Sul é o parceiro mais recente do grupo e o país que mais cresce no continente africano
Os Brics e seu desempenho importam para o resto do mundo, mais do que importavam na virada do século – o que é, afinal, o ponto principal do conceito original.

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