De volta ao Vaticano de uma viagem à Coreia
do Sul, Francisco disse ser possível querer se aposentar - assim como fez seu
antecessor, Bento XVI
Foto: Gregorio Borgia / AP
De maneira
inédita, o Papa Francisco conversou com jornalistas sobre sua saúde e
perspectiva de vida. Durante coletiva de imprensa que aconteceu no voo de
retorno ao Vaticano da viagem à Coreia do Sul, nesta segunda-feira, ele disse
que tenta observar seus erros e pecados para não ser orgulhoso, já que lhe
restam apenas “dois ou três anos de vida”. As informações são do Daily
Mail.
Francisco tem 77 anos e, apesar da idade avançada, é um dos mais
ativos que já passaram pelo cargo. Na entrevista, ele considerou a
possibilidade de se aposentar, caso suas condições de saúde física e mental lhe
sirvam como obstáculo para concluir suas ações. No ano passado, o Papa Bento
XVI renunciou ao cargo, sendo o primeiro em mais de 600 anos a tomar tal
atitude (o último que havia abdicado foi Celestino V, em 1294, por causas
políticas). Francisco disse que “há 60 anos, era praticamente impossível um
bispo católico se aposentar, mas hoje em dia é comum”.
O Papa argentino teve de retirar um de seus pulmões durante a
adolescência por causa de uma infecção grave. Porém, ele contou aos jornalistas
nesta segunda-feira, que sofre por doenças de nervos e que, de vez em quando,
precisa tratá-los com mate (o chá bastante tomado em seu país de origem). “Uma
dessas minhas neuroses é ser muito caseiro”, brincou já que suas últimas férias
fora da Argentina foram em 1975, quando visitou uma comunidade jesuíta.
Ainda nesta viagem, ele afirmou que pretende se aproximar dos
católicos na China, que, desde a instauração do comunismo, não obedecem à
autoridade máxima de sua Igreja e, sim, à supervisão da Administração Estatal
para Assuntos Religiosos.
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