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Uma equipe de pesquisadores, liderados pelo professor de astrofísica da Universidade de Nottingham Christopher Conselice, descobriu que o universo observável contém, pelo menos, dois trilhões de galáxias. Ou seja, dez vezes mais do que se pensava.
Até então as imagens fornecidas pelo telescópio Hubble, nos últimos 20 anos, indicavam a existência de “apenas” entre 100 e 200 bilhões de galáxias no universo observável (a parte do cosmos com objetos que emitem luz o suficiente para chegar até nós). Destas, apenas 10% conseguem ser estudadas com a tecnologia disponível hoje; as outras 90% permanecerão misteriosas até que telescópios mais avançados sejam lançados, como o promissor James Webb.
O estudo publicado no The Astrophysical Journal é resultado de 15 anos de pesquisa. Para fazê-la, os cientistas converteram imagens captadas por telescópios ao redor do mundo (com destaque para o Hubble) em mapas 3D. Com isso, eles calcularam a densidade das galáxias e, analisando o volume de região em região, conseguiram fazer um levantamento de todas as galáxias que não víamos até então. Se preferir, pode chamar o meticuloso trabalho de “escavação arqueológica espacial”.
O resultado do estudo foi baseado nas medições do número de galáxias em diferentes períodos de tempo. A equipe de Conselice, em parceria com os holandeses do Observatório de Leiden e do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo, repararam que existiam muito mais galáxias na época do surgimento do universo do que agora.
“É surpreendente descobrir que, desde o Big Bang há 13,7 bilhões de anos, as galáxias têm crescido através da formação de estrelas e se fundido a outras galáxias. Encontrar um número maior no passado significa que uma evolução significativa deve ter ocorrido para reduzir a quantidade através de fusões”, explicou Conselice no anúncio da pesquisa.
“Não encontramos a grande maioria das galáxias porque elas são apagadas e estão muito longe. O número de galáxias no universo é uma questão fundamental para a astronomia, e saber que 90% delas ainda precisam ser estudadas deixa nossa mente em parafuso. Quem sabe quantas coisas interessantes nós vamos descobrir quando chegar a nova geração de telescópios?”
Revista Galileu.
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