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Quando a médica Mae Jemison se tornou a primeira negra no espaço, em 1992, as mulheres já realizavam trabalhos de destaque na NASA. A luta para que isso fosse possível, como recorda o filme Estrelas Além do Tempo, não foi fácil. Em entrevista, Jemison fala sobre inclusão e diversidade na exploração espacial.
Você detém o título de primeira mulher negra a ir ao espaço. O que isso representa para você?
Com frequência somos deixadas de fora do avanço da humanidade. Quando voei ao espaço, fiquei surpresa ao saber que só caucasianas dos EUA e da Rússia haviam estado lá antes de mim. Sempre imaginei que todo tipo de pessoa teria ido. Ser a primeira foi um grito de que temos muito a oferecer, uma honra e responsabilidade. Eu me comprometi a incluir toda a perspectiva e o talento humanos na construção do mundo.
O que pensa das mulheres negras dos primórdios da NASA, como as três protagonistas deEstrelas Além do Tempo?
Não surpreende serem parte crítica do programa espacial. Irrita não estarem entre os rostos conhecidos da matemática, apesar de levarem humanos à Lua. Mais conhecimento sobre a história de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan a Mary Jackson teria mudado muitas pedras no caminho das mulheres. Conhecimento vital para que homens brancos mais velhos conheçam as extraordinárias contribuições femininas na ciência, engenharia, computação. Eles, que tantas vezes guardam o portão do sucesso nessas áreas.
As três encaravam racismo e sexismo todo dia no trabalho.você teve o mesmo problema?
É claro! Raça e gênero ainda afetam as presunções sobre você. O tempo foi passando e muitos não verbalizavam mais os preconceitos. Minha perspectiva é reconhecer que eles estão presentes, mas sem sair por aí para convencer as pessoas. Faço o trabalho e o deixo falar por si. Não tenho medo de me levantar e defender minhas ideias.
Qual a importância de uma maior representatividade negra e feminina na exploração espacial?
Encorajá-la beneficiará o mundo com novas perspectivas e capacidades de solucionar problemas. Contar com o potencial de todos é crítico para encarar os desafios atuais. É muito importante envolver mulheres de todos os continentes e etnias, assim como é crucial ter boa representatividade de homens. Não se trata só de números de pessoas: é sobre conhecimento e talento.
Revista Galileu
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