Físicos encontram evidência de que o Universo já foi um holograma
“Eu não diria que você vive em um holograma, mas pode ter saído de um”, afirmou o coautor do estudo
Já imaginou a possibilidade do nosso Universo não passar de uma ilusão? Um reflexo formado por um gigantesco holograma? Os cientistas já. E, pela primeira vez, eles conseguiram evidências quentes que comprovam a ideia. Parece absurdo, mas calma, faz sentido — acomode-se na cadeira e acompanhe…
Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, Universidade de Waterloo e Instituto Perimeter, no Canadá, Lecce e Universidade de Salento, na Itália, publicaram um estudo no periódico Physical Review Letters sobre o assunto.
Trata-se de uma das mais de dez mil pesquisas sérias relacionadas ao conceito do Universo Holográfico, criado pelo físico Leonard Susskind, nos anos 1990. Logo, não é loucura, nem argumento de um novo filme do Christopher Nolan.
O que aconteceu foi que todos estes físicos teóricos e astrofísicos descobriram que uma das explicações para a formação do Universo cabe direitinho em um modelo de duas dimensões (2D) do Universo. O problema é que até onde se sabe o cosmos é formado por três dimensões (altura, profundidade e largura) mais o tempo.
Então, como raios a humanidade, ou melhor, o Universo inteiro poderia funcionar com uma dimensão a menos (sendo que é só olhar para a frente para ver que tudo ao nosso redor é em 3D)?
“Imagine que tudo o que você vê, sente e ouve em três dimensões (mais a sua percepção de tempo), na verdade, emana de um campo plano de duas dimensões”, propõe um dos pesquisadores da equipe Kostas Skenderis, da Universidade de Southampton. “A ideia é similar a dos hologramas comuns, nos quais uma imagem em 3D está decodificada em uma superfície em 2D, como o holograma de um cartão de crédito. A diferença é que agora é o Universo inteiro que está decodificado.”
Só para deixar claro: ninguém está dizendo que nós estamos vivendo agora em um holograma, ou em uma representação do mundo. Desculpe, Platão, a alegoria da caverna não se aplica aqui. O que os pesquisadores propõem é que isso pode ter acontecido no surgimento do Universo, lááá próximo do Big Bang, há quase 14 bilhões de anos.
Como assim?
Se você acompanha a GALILEU sabe que os físicos simplesmente não conseguem conciliar o modelo da mecânica quântica (que regula o universo das coisas menores do que um átomo) com o modelo da relatividade geral (aquela mesma proposta por Einstein, que regula os corpos gigantescos como estrelas e planetas).
Se você acompanha a GALILEU sabe que os físicos simplesmente não conseguem conciliar o modelo da mecânica quântica (que regula o universo das coisas menores do que um átomo) com o modelo da relatividade geral (aquela mesma proposta por Einstein, que regula os corpos gigantescos como estrelas e planetas).
Esse problema fica especialmente mais grave quando os físicos tentam descrever o surgimento do Universo, quando, segundo a teoria do Big Bang, toda a massa e energia existentes estavam contidas em um único ponto menor do que uma ervilha.
Assim, existem duas físicas completamente diferentes que não conversam entre si, já que a mesma gravidade que explica tão bem o comportamento dos planetas, por exemplo, simplesmente não vale para explicar o comportamento de partículas subatômicas. Mas existe um sopro de esperança. Uma das teorias que tenta fazer as duas físicas conversarem é conhecida como gravidade quântica.
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Para o físico italiano Carlo Rovelli, apesar de ainda ser só uma teoria sem comprovação em laboratório (como muita coisa na física teórica), essa ideia é a que melhor explica a realidade que nos cerca. Isso porque, resumindo muito, para a gravidade quântica não existe um espaço-tempo. É isso mesmo que você leu: não existe o espaço, e não existe o tempo. Nem é preciso dizer que a ideia é polêmica. Mas cada vez mais se sustenta.
Segundo esta concepção de mundo, tudo seria formado por campos quânticos — compostos pelas partículas que conhecemos, como a luz, por exemplo. “Os campos que vivem sobre si mesmos, sem necessidade de um espaço-tempo que lhes sirva de substrato, de suporte, capazes de gerar eles mesmos o espaço-tempo, são chamados de ‘campos quânticos covariantes’”, explica Rovelli no livro A realidade não é o que parece (Objetiva). Ou seja, os campos não precisariam de um espaço-tempo para se acomodar porque eles próprios são o espaço-tempo.
Essa ideia é capaz de fazer com que os físicos teóricos respirem mais aliviados, porque além de tempo e espaço, a teoria também elimina o universo infinitamente pequeno menores do as partículas subatômicas, onde a mecânica quântica atuaria. “A tensão entre a relatividade geral e a mecânica quântica, portanto, não é tão grande quanto parecia no início”, escreveu Rovelli.
“As relações espaciais que tecem o espaço curvo de Einstein são as mesmas interações que tecem as relações entre os sistemas elementares da mecânica quântica. Elas se tornam compatíveis e aliadas, duas faces da mesma moeda, assim que se percebe que espaço e tempo são aspectos de um campo quântico e que os campos quânticos podem viver mesmo sem ter os ‘pés fincados’ em um espaço externo.”
Parece estranho, mas lembra quando você assistiu a Interestelar e descobriu que o tempo não é o mesmo em todo o Universo? Que graças à relatividade de Einstein a filha de Matthew McCconaughey poderia envelhecer muito mais do que o próprio pai? Pois é, o cosmos é um lugar fascinante e nada óbvio…
Voltando ao que importa...
O interessante da gravidade quântica é que ela prevê que se você eliminar uma dimensão, você também pode eliminar a gravidade, tornando os cálculos muito mais fáceis. Com esta ideia em mente, os pesquisadores desenvolveram um modelo com duas dimensões (mais o tempo) para explicar como o princípio do holograma poderia explicar os acontecimentos do Big Bang e suas consequências.
Os cientistas inseriram informações do nosso Universo, incluindo observações da radiação cósmica de fundo em micro-ondas — um tipo de radiação emitida alguns milhares de anos após o Big Bang. E para a surpresa de todos, com alguns ajustes, o modelo e os dados deram um match.
“Os pesquisadores dizem ques estão bem longe de provar que o nosso Universo era um holograma no começo, mas o fato de as evidências observacionais do mundo real explicarem partes faltantes das leis da física em duas dimensões significa que não devemos descartar a ideia”, afirma o Science Alert.
De qualquer forma, pode ficar tranquilo: você não é um desenho animado vivendo em um mundo sem profundidade. O principal autor do estudo Niayesh Afshordi, da Universidade de Waterloo, é categórico: “Eu não diria que você vive em um holograma, mas pode ter saído de um”, afirmou ao site Gizmodo. Segundo ele, hoje, o Universo definitivamente tem três dimensões.
“Os pesquisadores dizem ques estão bem longe de provar que o nosso Universo era um holograma no começo, mas o fato de as evidências observacionais do mundo real explicarem partes faltantes das leis da física em duas dimensões significa que não devemos descartar a ideia”, afirma o Science Alert.
De qualquer forma, pode ficar tranquilo: você não é um desenho animado vivendo em um mundo sem profundidade. O principal autor do estudo Niayesh Afshordi, da Universidade de Waterloo, é categórico: “Eu não diria que você vive em um holograma, mas pode ter saído de um”, afirmou ao site Gizmodo. Segundo ele, hoje, o Universo definitivamente tem três dimensões.
Osatélite meteorológico GOES-16, também conhecido como GOES-R, mostrou que não brinca em serviço. Em sua primeira imagem enviada, o aparelho administrado pela NASA e a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) revelou pontos de vista maravilhosos da Terra — e bem importantes também.
Como o nome sugere, o satélite, que foi lançado dia 19 de novembro de 2016, é o 16º da série GOES (Satélite Ambiental Operacional Geoestacionário, na sigla em inglês). Desde 1975, satélites do tipo são usados para previsão do tempo e outras atividades relacionadas.
Diferente, de seus antecessores o GOES-16 consegue observar a formação de tempestades em questão de minutos. "As imagens incrivelmente nítidas são tudo o que esperávamos com base em nossos testes antes do lançamento", afirmou o administrador assistente do NOAA Stephen Volz.
O aparelho está posicionado a 35 mil km da Terra e está em órbita geoestacionária, ou seja, sua órbita é circular e está exatamente sobre o equador da Terra.
O aparelho está posicionado a 35 mil km da Terra e está em órbita geoestacionária, ou seja, sua órbita é circular e está exatamente sobre o equador da Terra.
Mais três ferramentas do tipo ainda devem ser lançadas. A próxima será GOES-S, ou GOES 17, que deve alcançar os céus no outono de 2018. Se trouxerem imagens tão deslumbrantes quanto estas, os cientistas (e nós) agradecemos.
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