Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Fonte eterna de energia

Máquina de fusão nuclear alemã inspirada no funcionamento do sol passou por testes que confirmam seu funcionamento e pode resolver o problema de abastecimento energético na Terra

Representação do stellarator em ação (Foto: Science Magazine)
No final da década de 30, Hans Bethe, físico alemão residente nos Estados Unidos, recebeu uma tarefa um tanto complexa: calcular a idade exata do Sol. Naquela época, acreditava-se que a estrela central do nosso sistema acumulava pouco mais de algumas dezenas de milhões de anos.
Isso colocava em xeque um dos principais conceitos evolucionistas elaborados: o da seleção natural – afinal, o desenvolvimento das espécies teria se desenrolado por muito mais do que algumas dezenas de milhões de anos.
Para a sorte de Charles Darwin, Bethe entrou no jogo, colocou seus cálculos em ação e descobriu coisas além das 4,5 bilhões de primaveras que o Sol já havia comemorado. O físico derrubou a antiga teoria de que  o astro possuía um montante finito de energia. Não se tratava de um processo químico, mas sim nuclear, e praticamente ilimitado.
Hans Bethe observou que, nas condições solares, o hidrogênio, rico naquele ambiente, se comportava de maneira interessante: em vez de seus núcleos se distanciarem, como de costume, eles se aproximavam até se fundirem, criando hélio. Com o peso do hélio sendo inferior ao do hidrogênio, a diferença só poderia ter se convertido em energia.
Desde então, muitos cientistas trabalham arduamente para criar um sol na Terra.
Sucesso do donut alemão
As últimas notícias sobre o assunto são bastante animadoras. No final de 2016, a renomada revista Nature apresentou resultados positivos dos testes realizados no Wendelstein 7-X, um reator de fusão nuclear do tipo “stellerator” (inspirado na produção energética das estrelas) localizado na Alemanha.
A boa nova é que a máquina, com formato similar ao de uma rosquinha com mais de 15 metros de diâmetro e ao custo de um bilhão de libras, conseguiu isolar o plasma, substância resultante da fusão nuclear dos átomos de hidrogênio.
Isso só foi possível graças a geração de um campo magnético robusto e constante, capaz de impedir que esse material super quente entrasse em contato com as estruturas da máquina. Caso contrário, a temperatura altíssima do plasma derreteria o reator. Para se ter uma ideia, os átomos são aquecidos a cerca de tranquilíssimos 100 milhões de graus celsius.
Fusão e fissão: Ruth e Raquel da energia nuclear
Apesar de ser extremamente difícil de ser gerada, a fusão nuclear pode significar uma verdadeira revolução no setor energético mundial. Isso porque, além de gerar um volume enorme de energia, trata-se de um processo em que a água salgada é utilizada como “combustível” e o único resíduo criado é o hélio, um gás inerte.
Já a fissão nuclear é aquela presente nas famosas – e temidas – usinas nucleares. Nesse processo, o núcleo de um elemento radioativo é bombardeado, gerando não só energia, mas também os conhecidos “lixos radioativos”, extremamente perigosos e com um tempo lentíssimo de decomposição.
Entretanto, por mais que o Wendelstein 7-X tenha se comportado bem até o momento, os cientistas afirmam: ainda vamos levar um bom tempo para termos o nosso próprio sol, raiando energia por toda a Terra. Por ora, a ideia do W-7X, como é carinhosamente chamado o reator alemão, é “apenas” conseguir controlar o plasma e simular reações energéticas.
Trata-se de um importante legado construído para nossos filhos e netos, que provavelmente serão os responsáveis pela produção em escala e implantação de uma rede de distribuição desse tipo de energia para a população do futuro.
Revista Galileu

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