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Localizada a 22 quilômetros de distância de Nápoles, na Itália, há quase dois mil anos, se encontrava Pompeia, uma cidade do Império Romano. Em 79 d.C., o vulcão Vesúvioentrou em erupção e causou uma avalanche de lava que chegou na cidade a 160 km/h. Estima-se que milhares de pessoas tenham morrido instantaneamente.
Com a tecnologia atual, é possível examinar esses restos mortais com cautela sem danificá-los. Por isso, especialistas do Sítio Arqueológico de Pompeia, na Itália, passaram o último ano restaurando e examinando por meio de tomografias alguns dos restos dos moradores da cidade antiga.
Eles foram cobertos com uma espécie de gesso para serem preservados com o passar dos anos, o que torna todo o processo de análise mais delicado. Os especialistas tiveram de ter bastante cuidado ao retirar essas “cascas”, de forma a não danificar os já frágeis corpos. O processo utilizado para isso é o da tomografia computadorizada, que capta imagens em alta definição das estruturas corporais. Essa técnica é muito utilizada em estudos arqueológicos, principalmente em múmias.
As poses dos corpos revelam como eles morreram e, segundo relatos, a maioria deles aparenta estar tentando se proteger. Um dos corpos analisados foi de um menino que os arqueológos estimam ter morrido com cerca de quatro anos. Ele foi encontrado com os lábios apertados, provavelmente com medo, ao lado dos cadáveres de uma mulher e um homem (provavelmente seus pais), e de uma criança menor, que aparentemente estava dormindo quando morreu.
“Pode ser bem emocionante lidar com esses restos”, afirma Stefania Giudice, do Museu Arqueológico Nacional de Nápoles. “Mesmo que isso tenha acontecido há dois mil anos, pode ter sido um menino, uma mãe ou uma família. Não se trata somente de arqueologia, e sim de arqueologia humana.”
SAIBA MAIS
Os primeiros resultados da extensa pesquisa foram revelados nesta semana e mostram que os cidadãos de Pompeia tinham uma arcada dentária impecável por conta da alimentação saudável que levavam. Apesar disso, é provável que seus ossos tenham sido frágeis por conta do excesso de flúor das águas que bebiam.
Atualmente, Pompeia é considerada patrimônio mundial da UNESCO e recebe mais de dois milhões de visitantes por ano.
Recista Galileu *Com supervisão de André Jorge de Oliveira
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