Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Atlântida – Um Habitante de Dois Planetas – XXIII (B)


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Atlântida, a rainha das ondas dos oceanos.  
“O propósito desta história é relatar o que conheci pela experiência, e não me cabe expor idéias teóricas. Se levares alguns pontos pequenos  deixados sem explicação para o santuário interior de tua alma, e ali neles meditares , verás que se tornarão claros para ti, como a água que mitiga a tua sede. . . Este é o espírito com que o autor (Philos, o Tibetano) propõe que seja lido este livro. E chama de história o relato que faz de sua experiência. Que é história?. . . Ao leitor a decisão.
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medo é a emoção predominante das massas que ainda estão presas no turbilhão da negatividade da estrutura de crença da (in)consciência de massa. Medo do futuromedo da escassez, do governo, das empresas, de outras crenças religiosas, das raças e culturas diferentes, e até mesmo medo da ira divina. Há aversão e medo daqueles que olham, pensam e agem de modo diferente (os que OUVEM e SEGUEM a sua voz interior), e acima de tudo, existe MEDO de MUDAR e da própria MUDANÇA.  Arcanjo Miguel
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Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
Livro: “Um Habitante de Dois Planetas”, de Philos, o Tibetano, Livro Primeiro, Capítulo XXII – TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO, parte B, final
CAPITULO XXIII - TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO, final (B)
A única conclusão razoável foi a de que eu estava vendo uma relíquia de um povo tão antigo que fora anterior aos anais de Poseid que já abrangiam quarenta séculos. Finalmente me dirigi até a parte mais larga da caverna, para examinar melhor aquele remanescente do obscuro passado, esquecido até mesmo por Poseid. Do lado da construção mais próximo de mim havia uma entrada feita nos blocos de basalto finamente alisados que formavam a parede. Havia ali uma porta parcialmente aberta, aparentemente formada por uma única placa de basalto com umas seis polegadas (15 centímetros) de espessura.
Impelido pela curiosidade, entrei no interior, o que foi fácil de fazer sem mexer na porta havia tanto tempo na mesma posição. Minha razão detestava admitir que mesmo uma estrutura de pedra pudesse ter resistido
tão longamente aos efeitos do tempo; mas era a única explicação possível no momento e por isso deixei as conjeturas de lado.  Verifiquei que as três dimensões do interior eram aparentemente iguais, com uns dezesseis pés em cada direção. A única entrada era aquela pela qual eu tinha vindo. A não ser por duas aberturas paralelas no teto, formadas pela colocação de duas lajes menores em cada lado da abertura, não havia nenhuma outra interrupção na sólida construção.
O piso, coberto por uma fina camada de areia, era de granito, com as juntas tão perfeitas quanto as da parede – nem uma folha de papel poderia ser inserida entre as lajes. Encostei-me na parede perto da porta a ponto de poder tocá-la sem mudar de lugar, pousando o olhar no teto com suas aberturas em forma de barras e me entreguei a uma reflexão. Como parecia triste e frio aquele recinto solitário, relíquia de um tempo remoto, esquecido até mesmo por uma raça tão antiga quanto a nossa! A solidez da construção, sua severa simplicidade, tudo isso me trouxe à mente as descrições das prisões da Poseid anterior ao Maxin.
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Seria aquele um exemplo solitário da capacidade de seus construtores, ou parte de uma cidade enterrada? Como que aquela edificação estava livre de areia em seu interior, era fácil de perceber. As águas pluviais tinham se filtrado pelo solo fino acima e corrido pela ravina que dava acesso à caverna. Uma parte do fluxo tinha escorrido para fora, expondo dois lados do canto da casa; o restante da água, correndo pelo teto plano, tinha entrado pelas aberturas e carregado a areia para fora, pela porta aberta.
Satisfeito com meu raciocínio, pensei em voltar para o ar livre e para o meu cavalo. Mas a curiosidade me levou a tentar mover a pesada porta, se minha força permitisse. Esperando ter de usar bastante esforço, empurrei-a. No meu exame superficial da porta, não tinha visto nenhum tipo de fechadura, nem imaginei que houvesse. Na realidade, não havia necessidade de força, pois a porta se moveu tão depressa que perdi o equilíbrio e caí contra a parede batendo a cabeça e perdendo a consciência.
Quando voltei a mim, a porta estava fechada e travada. Ao inspecioná-la sem grandes cuidados, não tinha visto que era feita de duas placas de pedra separadas por um segmento de uma terceira placa, formando um espaço vazio entre as duas superfícies. Naquele espaço estava oculto um conjunto de trincos e barras de ferro que funcionavam pelo princípio da gravidade e que soltavam os trincos quando a porta se fechava. As quatro travas se encaixavam nos recessos da parede e a porta ficava totalmente trancada.
Tendo uma disposição calma, graças ao meu conhecimento científico, a descoberta de que estava preso não me perturbou demais. Em vez disso, procurei uma maneira de retirar as travas, mas não encontrei a solução. E pensei desolado que não tinha nenhuma ferramenta que pudesse me ajudar
a sair da escura prisão. Sentei no chão para pensar. Quanto mais ponderava, mais assustadora a situação me parecia. Primeiro, ninguém sabia onde eu estava. Como eu não tinha um naim, minha localização não podia ser determinada a não ser pela procura física; isto seria impossível, porque eu tinha seguido os leitos dos rios que eram principalmente de pedra nua.
Não sentiriam minha falta a não ser dali a uns três dias, pois eu dissera que ficaria seis dias fora e já viajava fazia três. Não, não havia como escapar; e então compreendi o quanto eram verdadeiras as palavras do Rai Ernon de Suern, ao dizer que a vida dos poseidanos dependia das criações de seu conhecimento da física natural. A comida que eu tinha trazido estava tão fora de alcance quanto as estrelas. Possivelmente procurariam por mim e encontrariam meu cavalo. Mas não, ele não conseguiria permanecer sozinho naqueles ermos; talvez voltasse ao vailx, sem deixar pistas sobre o local de minha prisão, visto que voltaria como viera, por caminhos de rocha.
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A pedra Maxim com a chama eterna no templo central de Atlântida.
A fome me fez lembrar que eu não tinha nada para me alimentar, nem mesmo água para beber. Eu ainda tinha esperança, pois não era Incal meu Pai protetor? Como era vã aquela esperança! Deus, Incal, Brahma, chame-se como se quiser o Espírito Eterno – verdadeiramente Ele(a) satisfaz as necessidades de Seus filhos, mas as necessidades que para esses filhos parecem imprescindíveis nem sempre são assim julgadas pelo EternoEle opera através de Seus filhos, sejam humanos ou anjos, tornando cada um dependente dos demais; e assim homens ou anjos podem se ajudar mutuamente, ou receber o auxílio de um irmão animal. Deus vê um marinheiro que se afoga, mas a menos que um seu irmão venha salvá-lo, ele pode perecer fisicamente.
Deus ameniza o vento para a ovelha tosquiada, mas geralmente porque o interesse ou talvez uma emoção mais elevada, como a piedade, surge na mente do homem que contempla seu desconforto. Sim, é só pelo caráter, implantado por Nosso Pai nas almas de Seus filhos, que Ele auxilia ou salva. E isto é uma verdade quase completa: o corpo físico deve pedir com a ação muscular, se quer uma resposta em forma física; a mente deve pedir por processos mentais e a resposta será na forma de resultados mentais, enquanto o Espírito deve pedir através de sua natureza espiritual, para receber os valores que não são perceptíveis à mente natural.
Mas se a mente pedir constantemente e o corpo não agir, os resultados não serão voltados para o corpo, a menos que um irmão aja. E quando o Espírito ora, mas a mente não, o conhecimento não vem ao cérebro. Como deve a mente orar? Ficando em harmonia com o Espírito. E como obter essa harmonia? Pelo controle da vontade sobre o corpo animal, para que este não infrinja as leis da totalidade que é saúde. Fiquei sentado na casa da caverna e orei a Incal com toda a minha mente mas, como não podia fazê-lo com os músculos, nenhum alívio podia ser dado ao meu corpo; nem alimento, nem água.
No plano mental, eu poderia influenciar o Rai Gwauxln para que compreendesse minha dificuldade, o que seria clarividência; mas isso não seria possível, pois o inimigo que havia despertado minha curiosidade para me arruinar interceptaria todas essas mensagens; além disso eu ignorava o método apropriado. Só por mero acaso Gwauxln seria influenciado por minha tensão mental não dirigida por meu conhecimento. Não sabendo como utilizar esses poderes, afastei qualquer possibilidade de escapar dessa forma.
Mas podia orar a Incal. Então me ajoelhei no chão cruelmente frio e me preparei para invocar Seu auxílio. Quando pronunciei Seu nome ouvi uma risada musical, embora zombeteira, um som que me atingiu com o terror que todo homem e mulher já conheceu quando, em seu tempo de criança ou mais tarde, sentiu arrepios gelados ao ouvir uma história de horror contada ao lado da lareira, enquanto o Rei das Borrascas sacudia as próprias fundações da casa onde se encontrava. Voltando-me e ficando de pé, vi o Incaliz do Grande Templo de Caiphul.
“Por que estremeceste ao me ver, como se eu fosse um demônio?” Só uma resposta poderia ser dada a essa pergunta, a de que o meu susto fora causado por vê-lo daquela forma, pois eu não estava acostumado a ver pessoas aparecerem como fantasmas, ainda que não parecessem vir do outro mundo. Senti grande alegria com a presença dele, pois acreditei que Incal tinha respondido minha petição antes que eu a expressasse, enviando Mainin em meu socorro. No entanto eu continuava tomado por aquele inexprimível temor, o mesmo medo que me tomara quando ele aparecera.
Compreendi que o fato não proviera de seu método de entrar em minha prisão, pois eu sabia que, sendo Filho da Solitude, ele tinha o poder de se afastar do corpo grosseiro como alguém que despisse a capa, e de se projetar para onde desejasse. Eu sabia, olhando para ele, que seu eu físico estava em transe a muitos milhares de milhas de distância, em Poseid. Eu não tinha o poder de me projetar, senão teria sido fácil avisar Gwauxln do perigo em que me encontrava; pelo menos foi o que pensei, desconhecendo a interferência de Mainin. Mas, se Incal enviara o Incaliz até minha presença, então estava tudo bem.
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O sacerdote com certeza leu meus pensamentos, pois disse que tinha tomado consciência de minha desagradável situação por intermédio de Incal e tinha vindo me ajudar a sair dali. Entretanto, ele teria de me deixar por algum tempo até poder conseguir ajuda, despachando um vailx de Caiphul. Não ia demorar e eu devia manter o ânimo. Com isso ele desapareceu como viera e eu fiquei outra vez sozinho aguardando sua volta, com uma ansiedade febril impossível de traduzir com palavras. As horas se estenderam a dias, três dias, e ele não voltava, nem chegava qualquer socorro de Caiphul. As mordidas da fome, embora terríveis, nada
eram em comparação com minha sede. Mais uma vez a luz do dia deixou de filtrar-se pela abertura do teto.
Eu tinha escoriado os dedos tentando destravar o fecho da porta; tinha dado pancadas em cada polegada das paredes para descobrir se não havia uma mola secreta que movesse alguma coisa naquela prisão. O destino não tinha essa graça para me oferecer. Sete vezes a luz tinha ido embora, marcando sete noites desde a visita de Mainin. Várias vezes a tortura da fome e da sede me fizeram delirar loucamente, com intervalos lúcidos. Num desses momentos de lucidez e relativa calma, eu estava deitado no chão de granito, suplicando fracamente pelo auxílio de Incal, quando ouvi a mesma risada baixa que havia anunciado a primeira visita de Mainin. O som me deu um pouco de energia e consegui me sentar.
Eu teria amaldiçoado o Incaliz pela demora que tinha significado muito sofrimento para mim, se não estivesse com medo de que ele ficasse irado e me abandonasse ali para morrer. Eu não sentia mais a reverência de antes, pois já me convencera de que ele não era o que os homens pensavam. E portanto eu o teria amaldiçoado por sentir interiormente que, por mais elevado que fosse seu conhecimento esotérico e ele fosse reconhecido como um Filho da Solitude, tinha o coração negro e era uma abominação aos olhos de Incal, e por ele os Filhos da Solitude tinham sido iludidos. Se eu não o disse frente a frente, foi por causa da esperança cada vez mais fraca de que ele poderia ser induzido a me ajudar a sair dali. Ele tinha voltado diferente. Quando falou, suas primeiras palavras foram de zombaria por meus apelos ao grande Pai da Vida.
 “Ha! De muito te valerá clamar por Incal ou outro salvador qualquer. . . Deus! Não existe Deus (Salmos lxii.l). Bah! Como são cegos os homens para orar a ideais vazios como esse que chamam “Deus”! Os homens de Poseid dizem que Incal é Deus; os homens de Suern dizem que é Brahma, e os de Necropan que é Osíris. Que loucura insensata!” 
Diante disso sentei-me mais ereto e olhei para ele por um momento, antes de perguntar se ele não tinha medo de blasfemar contra Incal e negar seu Criador.
“Pensas, Zailm, filho de Menax, que eu agiria como ajo se pensasse que Deus existe? Será novidade – será novidade para ti que eu deseje causar a ruína daquela que se chama Anzimee – que eu tenha vindo de uma vida anterior na terra – ah, de muitas vidas – cheio de ódio por ela que sempre me denunciou às leis dos homens? Agora ela não poderá fazê-lo, pois não encontrei isso escrito no Livro do Destino e portanto não está lá, ou perdi meu poder de ler o destino, o que não acho provável.
Mas eu, através de ti, arrancarei seu coração, para que ela se contorça de angústia no fundo da alma! O que Anzimee me fez? Não fez como Anzimee mas como mulher poderosa e vidente que ela foi antes. Eu a persigo para me vingar. Para rasgar seu coração provoquei a morte de Menax, contra quem não tinha nenhuma querela pessoal; quase fiz o mesmo contigo, contudo nada tenho contra ti. Foi esse desejo de vingança que me fez despertar tua curiosidade para que aqui encontrasses a morte. Esperei evitar a confissão do teu pecado com Lolix a Anzimee. Depois que tivesses morrido e teu corpo fosse encontrado por mim, eu teria conseguido uma desgraça maior para ela denunciando publicamente a tua iniqüidade, já que tinha todas as provas em meu poder.
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Mas não fiquei preocupado demais -, tua morte provocará uma tortura bem maior. Foi para esse propósito que também Lolix foi induzida a fazer o que fez, o que ambos fizestes, pois planejei com antecedência, há muito tempo, visto que tenho o dom de desvendar o futuro. Por meu plano o Rai será humilhado e, ao fim de tudo, aquela que é objeto de meu mais profundo ódio não mais distinguirá o bem do mal, e seu nome será motivo de zombaria na boca do povo. E tão doce a vingança; tão doce, Zailm!”
Mesmo que um corpo real estivesse à minha frente para ser atacado, meu horror e minha fraqueza impediriam que eu fizesse outra coisa além de ficar sentado, olhando para Mainin em silencioso desamparo. 
“Estás chocado com minha iniqüidade? Estou velho demais para temer um fracasso e estou além do alcance das leis dos homens, finalmente. Nenhum homem nem todos os homens da terra poderiam me privar de uma vida de liberdade. Há muito descobri o segredo que prolonga a vida para três vezes a sua duração normal; é um segredo do mais profundo Lado-Noite da Natureza. Chegará o dia em que todos os poseidanos conhecerão esses segredos. Mas será um dia triste, alegra-me dizer!
Eu já era velho, muito velho, quando Gwauxln me considerava um menino como ele; o mesmo pensaram os Filhos da Solitude, pois eu tinha muita astúcia em me ocultar. Eles ainda pensam o mesmo. Eu. . . sim, eu te direi, pois já és praticamente um morto. Trabalho há três séculos neste mesmo corpo. Não te disse que eu era velho? Fiz oposição ao bem feito por Ernon de Suern e por isso ele morreu, por causa do desespero de seu coração. Ajo para que, se possível, sequem todas as esperanças dos seres humanos, para desviá-los da senda do infinito para a do demônio, da morte e da destruição. Ernon lutou pela exaltação da humanidade, eu por sua queda; entramos em conflito e eu venci. E como ele não percebeu meu jogo? Porque sempre agi nas trevas, mantive a discrição e consegui o domínio das hostes do mal que não são humanas, nunca foram e nunca serão.
E contra os obreiros das sombras nenhum Filho da Solitude pode prevalecer, pois ambos trabalham com a natureza animal do homem que, não tendo luz para guiá-la, aceita a primeira ajuda que lhe é oferecida, favorecendo assim os Obreiros das Trevas. Mas agora basta. Eu não te contaria essas coisas para que não tivesses algum poder sobre mim – sobre MIM, compreenda isso se estivesse vivo e não praticamente morto. Pensas ainda que eu posso crer num Deus? Bah! Se Deus existe, não o temo; Ele que me castigue!” *
* Nota: “E o tolo disse cm seu coração: Não há Deus algum.” 
Nesse momento uma gloriosa, maravilhosa e extraordinária visão apareceu. A noite tinha descido enquanto Mainin se confessava, vangloriando-se de seus ignóbeis crimes, desafiando Incal a puni-lo, se é que ele existia. Na total escuridão da prisão, que era física e não podia velar a forma de Mainin, apareceu a visão que instilou o terror em nossos corações; um terror diferente para cada um de nós dois. Uma formahumana mas que não era da terra, envolvida por uma cegante luz branca, estava diante de nós. Era esse Incal? Tinha Ele aceitado o louco desafio do sacerdote criminoso?
Em Suas feições havia uma expressão tranqüila mas extremamente severa, embora não demonstrasse ira ou qualquer outra emoção humana. Por um instante os extraordinários olhos pousaram em mim e depois se voltaram para Mainin. E então ele falou com voz calma, melodiosa, e minha dor me abandonou, embora suas palavras estivessem carregadas de tremenda força:
“Sentir a perfeita calma sobre a agonia pousar”
A voz era igual à minha concepção da voz de Incal quando disse:
“Ó Mainin, não enumerarei teus crimes pois os conheces todos. Fostecompanheiro dos Filhos que te ensinaram tudo o que sabiam, e de Mimaprendeste o que eles não podiam te ensinar, oh, faz muitos séculos. Eu sabia que tua inclinação era para o mal, porém não interferi, pois és teu próprio mestre,como todos os homens o são; mas poucos dentre eles são fiéis! Contudo, a altitude e a grandeza de tua sabedoria, prostituída ao egoísmo, ao pecado, ao crime, mais completamente do que qualquer outro homem teria ousado, será a tua destruição. Teu nome significa “Luz” e grande foi teu brilho; mas escolheste ser uma luz flutuando sobre as águas, atraindo para a morte todos os que te seguissem, e esses têm sido miríades.”
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“Blasfemaste contra Deus e zombaste em tua alma, clamando “Que Ele me castigue!”, mas teu dia ainda não era chegado. Isso te fez mais ousado e continuarias agindo da mesma forma, ainda agora. Mas eis que Anzimee não será ferida  por ti, pois é servidora do Cristo, é minha filha no serviço. Fizeste por merecer tua pena e, porque conscientemente me desafiastes, ela te será aplicada neste momento! Quisera que pudesse ser evitado. Mas o teu é um entre uma miríade de casos, mais horrendo porque és conhecedor, não um ignorante.
Entretanto és um ego, um raio de meu Pai que não emite mais luz, só trevas; por isso te banirei por um tempo, para não mais destruíres minhas ovelhas e para que não fique sem expiação o mal que fizeste. Seria melhor para ti se deixasses de existir, mas isso não pode ser com um ego. Só posso te suspender como entidade humana e te lançar nas trevas exteriores para servir como um dos poderes da natureza. Afasta-te!”
O Sumo Sacerdote estivera até então imóvel, a própria imagem do terror, postado além do pensamento de fuga, que seria impossível, pois o Juiz era o Homem, mais do que o Homem finito – era O HOMEM INFINITO, o próprio CRISTO. Mas quando o Filho da Luz se calou, Mainin emitiu um uivo, misto de terror e desafio. Ao ouvir esse som o Cristo estendeu o braço e imediatamente Mainin foi envolvido por uma brilhante chama que, ao se apagar, revelou o desaparecimento do Sacerdote Demoníaco. Mainin tinha pecado muito, pervertendo toda a sua nobre sabedoria por usá-la para o mal e plantando as sementes do pecado no coração de seus ingênuos irmãos da humanidade.
Ele havia semeado e Suern devia colher e, através de Suern, todo o mundo. Devido a essa semeadura ele foi arrancado do Livro da Vida por uma maldição do Filho do Homem. Mesmo os que só conhecem o aspecto material da natureza não devem ter dificuldade em compreender a destruição da vida de um homem cujo corpo físico estava na distante Caiphul, se considerarem que o envoltório terreno não é mais essencial ao homem real do que o casulo para a borboleta, embora em ambos os casos essas coisas sejam essenciais para vida física. Aterrorizado pela inominável visão daquele fogo destruidor, prostrei-me no solo. Mas o Cristo me ordenou que levantasse e disse: 
“É este o destino do homem integralmente egoísta. Não temas por tua própria segurança, pois não te destruirei com o fogo; e não cultues a mim, mas ao Pai que me enviou. Alcancei a perfeição do Sétimo Princípio e sou o Homem, também Filho do Homem, contudo mais que qualquer homem, pois estou no Pai e o Pai está em mim. Mas todos os homens que queiram podem seguir-me e por mim entrar no Reino, Pois não somos todos filhos do Uno, nosso Pai? Eu sou Ele, o Cristo; aquilo que EU SOU, o Espírito de todo homem também é. A punição aplicada a Mainin não foi uma aniquilação, pois isto não é possível; também não foi a morte que é transição, e sim a morte de quem não vive mais como vida humana, mas é banido por um tempo para as trevas exteriores do reino do mal.
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“Eis que falo e, tendo ouvidos, não ouves nem compreendes. Mas teus ouvidos se abrirão e terás o conhecimento e liderarás meu povo. Eis que o liderarás num dia ainda remoto. No presente, não irás mais viver na Atlântida, nem verás Anzimee até que ela tenha partido duas vezes da Terra e voltado, e tenha o nome de Phyris. Eu disse que essas coisas aconteceriam, profetizei-as na cidade chamada Caiphul, porém me ouviste e não acreditaste. Mas agora acreditarás, pois digo grandes palavras de DEUS – e o mundo é Dele. Contudo o homem não me conhece ainda, mas num dia distante eu voltarei; sim, habitarei entre os homens como uma perfeita alma humana e farei daquele Homem o primeiro fruto dos que dormem o sono que é mudança, de modo que através de mim ele será exaltado acima da Morte.”
“Mas os homens o acordarão e zombarão de mim, sendo descrentes, e me crucificarão; contudo eu, que terei me tornado Jesus o Cristo, não serei tocado, apenas minha casa (corpo físico) terrena. E eles serão perdoados, pois não saberão o que estarão fazendo (São Mateus, XXI.23). “Contigo te deixo a minha paz. E agora, dorme!”
Continua…

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