Graça deixa Petrobras assim que governo encontrar um substituto no mercado
Interlocutores próximos da presidente Dilma Rousseff informaram ao Blog que o governo está em busca de um substituto para Graça Foster (Maria das Graças Silva Foster) no comando da Petrobras.
A substituição será feita quando for encontrado um candidato com um perfil adequado à situação e que aceite o desafio.
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Os nomes de Roger Agnelli e Rodolfo Landim ‘circulam’ entre boatos para comandar a Petrobras
Fonte: http://g1.globo.com/
Terça-feira, 03/02/2015, às 12:28,
Nas primeiras sondagens, houve dificuldade em encontrar no mercado profissionais com esse perfil. “Uma decisão de substituição de Graça Foster nunca sairia sem ter um convidado para substitui-la”, disse ao Blog um interlocutor da presidente.
“Estamos em busca de um herói para assumir a Petrobras, mas está difícil”, reforçou um parlamentar petista com livre trânsito no Palácio do Planalto.
Na noite desta segunda (2), em um jantar na residência do senador Jorge Viana (PT-AC), o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ouviu de integrantes da bancada petista que a situação de Graça Foster era insustentável. Segundo relatos, Mercadante ficou em silêncio.
A substituição da presidente da Petrobras também é defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem dito que enquanto Graça Foster permanecer na estatal, a pauta da agenda negativa não mudará de foco.
A situação da dirigente da petroleira piorou desde a semana passada, quando Dilma ficou contrariada com a intenção do conselho de administração da Petrobras de divulgar balanço com prejuízos de R$ 88 bilhões por causa de desvios em corrupção. A presidente da República atuou pessoalmente para retirar do balanço esse dado.
Para antigos colegas de Petrobras, Graça tem dito que já gostaria de ter deixado o cargo, mas que permaneceu no comando da estatal por um pedido da própria Dilma.
Terça-feira, 03/02/2015, às 13:17,
Os requisitos para a escolha de um novo presidente para a Petrobras passam pela política, pelo petróleo, pela vontade da presidente Dilma, pela influência do ex-presidente Lula no governo atual, pela competência do executivo em virar o jogo da credibilidade perdida e, principalmente, pela disposição e coragem do candidato em assumir riscos jurídicos desconhecidos.
Os nomes mais fortes que rondam as mesas de grandes bancos e fundos de investimentos no Brasil são: Roger Agnelli, que esteve no comando da Vale do Rio Doce por mais de 10 anos; e Rodolfo Landim, ex-parceiro de Eike Batista e atual desafeto do empresário, com passagens pela Eletrobrás e BR Distribuidora.
Roger Agnelli é amigo e muito ligado ao ex-presidente Lula. Quem não gosta dele é Dilma Rousseff. Agnelli foi demitido categoricamente pela presidente no início do 2011 e seria um nome difícil dela engolir. Ora, mas se ela “engoliu” Joaquim Levy e suas “maldades” na Fazenda, por que não aceitar Roger Agnelli na cadeira da Petrobras para estancar a sangria na estatal?
Rodolfo Landim é um nome conhecido e respeitado no mercado internacional de óleo e gás, com mais de 30 anos no setor. O fato de ter saído brigado com Eike Batista antes mesmo da derrocada do ex-mega-empresário aumenta seu cacife. Hoje, o executivo toca a Mare Investimentos, um fundo de compra de participação em empresas de óleo e gás.
Outros nomes correm pelos boatos, até mesmo o do ex-BC Henrique Meirelles. O banqueiro parece curinga de crises – ele foi super cotado para assumir o ministério da Fazenda e agora aparece novamente na lista de candidatos à Petrobras. Na lista também estão ex-diretores da própria estatal, com histórico de boa gestão e sem filiação política.
A guerra de salvamento da petrolífera tem várias batalhas – por enquanto, o governo vem perdendo a maioria, senão todas. Em momentos de crise aguda, a batalha da comunicação é tão importante quanto a geração de caixa. O vazamento da decisão da presidente Dilma de retirar Graça Foster da Petrobras deveria ser seguido por um nome forte já eleito para assumir a companhia.
O vácuo entre os nomes não provocou preocupação imediata, ao contrário. As ações da Petrobras sobem como foguete nesta terça-feira. Mas o tempo corre contra o governo e a escolha precisa ser tão rápida quanto forte. Basta saber o que vai guiar a decisão da presidente Dilma – a emoção ou a razão.
Em recente conversa com jornalistas o ministro do STJ Ayres Brito declarou o seguinte sobre o escândalo da Petrobras:
“Vem aí um maremoto“, disse o ministro que presidiu o julgamento do mensalão.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Carlos Ayres Britto, diz que não acredita no aparelhamento da mais alta Corte do país mesmo com a indicação de Dilma de mais cinco nomes para o órgão. Segundo ele, o escândalo da Petrobras será uma “avalanche que atrairá os olhos do mundo“.
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