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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

América Latina prefere a China do que EUA e Europa


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América Latina prefere apostar na China do que nos EUA
Empenhada no desenvolvimento econômico e combate à exclusão social, a América Latina está apostando na CHINA, em detrimento dos parceiros tradicionais, os EUA e os países da União Europeia.
Este é um dos resultados da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) realizada em Janeiro, nos dias 28 e 29, na Costa Rica.
Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
Países da América Latina preferem apostar nas suas relações com a CHINA do que nos EUA e Europa.
Por Natalia Kasho
Realizada nos dias 28 e 29 de janeiro, em San José, Costa Rica, a reunião contou com a participação de 33 países da região, a maioria deles representados ao mais alto nível. Em particular, a cúpula mostrou-se favorável à criação de novas plataformas de diálogo coletivo e cooperação com a RÚSSIA e a ÍNDIA.
San José - Costa Rica. 28/01/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante 2ª Sessão Plenária da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
28/01/2015- San José- Costa Rica- Foto oficial durante III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR
A América Latina já possui um mecanismo similar para com a CHINA. O Foro CELAC-CHINA ainda não fez o seu primeiro ano, mas a região deposita nele suas esperanças para a recuperação econômica e o combate à pobreza, o que foi comprovado na cúpula de San José ao abordar a elaboração de uma estratégia de cooperação com a CHINA.
Um dos objetivos desta, denominada Plano de Cooperação, consiste em duplicar o comércio bilateral, elevando-o nos próximos dez anos para US$ 500 bilhões de dólares. A meta tinha sido proposta pelo presidente da CHINA, Xi Jinping, em 9 de janeiro, na I Reunião dos Chanceleres do Foro CELAC-CHINA, em Pequim, e apoiada pela cúpula costa-riquense.
A CHINA irá investir na região US$ 25 bilhões de dólares anuais durante os próximos dez anos. As principais áreas de cooperação serão a energia, infraestrutura e inovação.
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Projeto de construção (US$ 40 bilhões) de um novo canal entre os oceanos Atlântico e Pacífico na Nicarágua, é um dos maiores investimentos da China na América Latina.
A CHINA faz recuar de maneira eficaz os EUA e a UE, seus principais competidores nos mercados na América Latina, destacou Piotr Yakovlev, perito do Instituto da América Latina da Academia das Ciências da RÚSSIA, ao referir-se aos resultados mais relevantes da III Cúpula da CELAC:
“Presenciamos, em termos gerais, o início de um novo tempo político nas relações entre a CHINA e a América Latina. Estamos testemunhando uma grande reviravolta geopolítica, quando a CHINA se volta de cara à América Latina e esta lança o desafio aos Estados Unidos, consciente das possibilidades objetivas dos EUA e da Europa se tornarem limitadas no mercado latino-americano e continuarem se reduzindo de ano para ano”.
O Plano de Ação, principal documento final da cúpula costa-riquenha, realizada sob o lema “Construindo Juntos”, assume o compromisso de proporcionar um avanço significativo ao relacionamento da CELAC com a RÚSSIA e a ÍNDIA.
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A presidente Dilma Rousseff com a colega Michelle Bachelet, do Chile, na quinta-feira, 29 de janeiro, na cúpula da CELAC (Foto: Reuters/Juan Carlos Ulate)
Para este efeito, a cúpula propôs, em particular, promover novos mecanismos de cooperação coletiva, similares ao Foro CELAC-CHINA. De acordo com Piotr Yakovlev, esta iniciativa está fadada ao sucesso:
“A RÚSSIA e a ÍNDIA vieram a ser atores bastante importantes do mercado latino-americano, tanto política quanto economicamente. A América Latina está procurando hoje diferentes oportunidades para diversificar suas relações externas, sem se centrar já apenas nos Estados Unidos e na Europa”.
Vê com toda a razão a RÚSSIA e a ÍNDIA como uma alternativa, como parceiros promissores e importantes no desenvolvimento, sobretudo, das relações econômicas e comerciais. Mas também na manutenção de um certo diálogo político, porque há identidade ou semelhança dos pontos de vista sobre uma série de grandes problemas globais”.
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Os chamados países que integram o grupo conhecido como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) parece começar a ter maior relevância para os países da América Latina.
A III Cúpula da CELAC tem refletido um aumento indiscutível da influência dos países latino-americanos e caribenhos no mundo. Este é, talvez, o seu principal resultado.

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