Os EUA estão jogando roleta russa?
Vivemos tempos muito sombrios. Estive trocando e-mails muito sérios com algumas das minhas fontes mais profundas nos EUA – o pessoal que realmente sabe, mas não tem de exibir sabedorias.
Estão todos profundamente preocupados com a atual situação internacional envolvendo os EUA, OTAN, Ucrânia e a Rússia.
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Vivemos tempos muito sombrios. O Jogo dos EUA com a “roleta RUSSA” !!
Por Pepe Escobar* – Dia 18 de novembro de 2014
Aqui esta o que me escreveu um deles, um norte americano nova-iorquino. É análise semelhante à que já fizeram, publicamente, dentre outros, os professores Stephen Cohen, Noam Chomsky e Paul Craig Roberts.
O ataque de propaganda contra Putin, que o “declarou” igual a Hitler, é ataque de tal violência, tão grave, que é preciso considerar que, doravante, os russos já não acreditem em nada, absolutamente nada, que os EUA lhes digam ou prometam.
Não consigo acreditar que nós mesmos (os norte americanos) nos tenhamos posto em tal situação, só para proteger ladrões ucranianos, dos quais Putin saberia livrar-se e livrar a Ucrânia, pode-se dizer, sem dificuldade; e, na sequência, cometemos a estupidez arrogante de pôr, na presidência da Ucrânia, um dos principais ladrões que havia por lá. Mas isso, agora, já é história.
O que agora é certo é que o que se conhece como “destruição mútua garantida” (em ing. MAD [lit. louco(a)], de Mutually Assured Destruction) já não é fator de contenção da guerra atômica, porque os dois lados usarão armas atômicas no instante em que qualquer (EUA e OTAN X Rússia) deles concluir que o opositor obteve vantagem decisiva e as usará. A “destruição mútua garantida” como fator de equilibração e mútua contenção já acabou.
Pode soar extremo e exagerado – mas é a perfeita extensão lógica do que Putin disse em sua já famosa entrevista à rede alemã ARD de televisão, em Vladivostok, semana passada: o Ocidente está provocando a Rússia para uma Nova Guerra Fria. Concordo integralmente com essa análise.
Putin listou fatos reais, “em campo”:
“O número de bases militares dos EUA está aumentando. A Rússia tem bases militares espalhadas pelo mundo? Não. A Otan e os EUA têm bases militares por todo o planeta, inclusive em regiões próximas de nossas fronteiras, e o número dessas bases só cresce.E recentemente decidiram deslocar também forças de Operações Especiais para bem perto de nossas fronteiras. O senhor [entrevistador] falou também de exercícios, voos, movimentos de navios e tal. Tudo isso está acontecendo de fato? Sim, está”.
Na mesma entrevista, Putin disse à coalizão dos vassalos-fantoches sem-noção da União Europeia que a Rússia pode facilmente e legalmente derrubar o castelo de cartas chamado Ucrânia: basta que Moscou exija o pagamento do dinheiro que a Ucrânia lhe deve. Disse também, claramente, que Moscou não permitirá que Kiev destrua/ esmague/ detone a região do Donbass e promova ali uma “limpeza étnica”.
Assim, portanto, é claro que está acionada a lógica da escalada militar no estilo da antiga Guerra Fria. A União Europeia é piada: o que interessa aos EUA é a OTAN. E não se vê nem qualquer mínimo indício de que os EUA tenham alguma vontade de diminuir a corrida armamentista que ora se inicia.
Traduzido pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu
Os EUA têm 761 bases militares em todo o planeta e simplesmente nunca ninguém internamente no país fala ou discute algo a respeito da sua existência. As Bases militares da América “guarnecem” o mundo de formas que são verdadeiramente sem precedentes, mas se você mora nos Estados Unidos, raramente você ouve uma palavra sobre isso.
No auge do Império Romano, as legiões romanas tinham um número estimado de 37 grandes bases militares espalhadas ao redor de seus domínios globais. No auge do Império Britânico, o exército britânico teve 36 bases espalhadas pelo globo.
Dependendo apenas de quem você ouve e como lhe é contado, nós temos centenas de bases. De acordo com os próprios registros do Pentágono, de fato, há 761 bases militares ativas no exterior.
*Pepe Escobar é Jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia Today, The Real News Network Televison e Al-Jazeera.
Livros:
– Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
– Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
– Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
– Seu novo livro, Empire of Chaos, acaba de ser publicado pela Nimble Books.
– Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
– Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
– Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
– Seu novo livro, Empire of Chaos, acaba de ser publicado pela Nimble Books.
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