Um amigo me mandou uma foto de um milho colorido. De cara, achei que fosse Photoshop. Não era.
Fui atrás para descobrir que milho doido era esse e vi que de fato é uma história bem curiosa.
Tudo começou com este cara aqui em baixo, Carl Barnes.
O milho multicolorido de Carl Barnes chega a parecer uma jóia. Os belos caroços de milho reluzem sob a luz do sol como se fossem pérolas ou cristais. Carl era um plantador de milho comum, de Oklahoma, quando um dia, observando o produto de sua plantação, notou uns milhos de cores diferentes. Aquilo chamou sua atenção.
Tudo começou por acaso, mas hoje, o milho especial criado por ele já está disponível para compra on-line, fazendo a festa de jardineiros interessados ??em adicionar um toque de cor à sua horta.
Carl começou a juntar as sementes com a mutação natural e ano após ano, foi misturando-as com outras espécies nativas de cores diferentes, para obter assim uma única espiga com sementes de variadas cores. Pra ele era um passatempo. Barnes nunca imaginou no que aquilo ia dar. E deu em uma variedade de milhos multicoloridos com espicas repletas de cor. O visual é fantástico:
Algumas lembram jóias mesmo:
Pouco antes de morrer, o Sr. Barnes passou sua “pesquisa” e know-how para seu amigo Greg Schoen e pediu-lhe para dar continuidade a seu trabalho com o “milho gema de vidro”, que foi como ele batizou a planta.
Em 2010, o Sr. Schoen deu as sementes para Bill McDorman, proprietário de uma pequena empresa de sementes do Arizona.
“Eu fiquei encantado, na primeira vez que vi aquele milho. Ninguém nunca tinha visto um milho como aquele antes.”
Disse McDorman
Atualmente, McDorman é chefe do setor de Sementes/Pesquisa nativas, uma organização sem fins lucrativos que visa a preservar o patrimônio agrícola dos nativos americanos. A organização vende as sementes do milho gema de vidro através do seu site por US$ 7,95 o maço, embora a demanda por ele venha crescendo num ritmo louco graças as importações de todos os lugares do mundo.
O milho pode ser usado normalmente, mas a maioria dos clientes realmente querem usar o milho como uma decoração de jardim.
O milho gema de vidro NÃO É TRANSGÊNICO E NEM COLORIDO ARTIFICIALMENTE. Ele é produto de cruzamento natural de sementes, é uma operação genética natural com interferência seletiva humana.
Mr McDorman diz: “Como Carl Barnes nos ensinou, tudo o que precisamos é de pessoas que criem um mundo mais colorido, diversificado e abundante – uma semente de cada vez.”
Pode parecer realmente incrível esses milhos coloridos, algo quase mágico. Mas existem muitos outros tipos curiosos de milho. Todos foram afetados geneticamente pelo homem com plantios e seleção de sementes ao longo de décadas (alguns ao longo de séculos). Veja alguns outros milhos estranhos:
Milho branco
milho azul
milho preto
milho vermelho
milho rajado
milho prata ou pérola
Muito maneiro, né? Mas você sabe de onde saiu o milho?
<h2>De onde surgiu o milho? </h2>
Milho é a variante domesticada do teosinto. As duas plantas possuem aparência diferente. O milho surge de um pedúnculo único, alto, com folhas múltiplas e teosinto produz uma curta, frondosa planta. Apesar de bem diferentes, toda a diferença entre os dois é controlada apenas pela diferenças em apenas dois genes!
Segundo Mary Poll, em trabalho publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os primeiros registros do cultivo do milho datam de 7.300 anos, tendo sido encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do México, no Golfo do México. Vestígios arqueológicos de milho encontradas na caverna Guila Naquitz no Vale de Oaxaca datam cerca de 6.250 anos, os mais antigos restos em cavernas de Tehuacan, Puebla são de cerca de 5.450 anos.
O cultivo do milho começou por volta de 2.500 antes de Cristo. Aí ele começou a se espalhar para fora da Mesoamérica indo para outras partes do Novo Mundo. Seu nome de origem indígena caribenha significava “sustento da vida”. O milho era o alimento básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos. Os Olmecas, Maias, Astecas e Incas reverenciavam o cereal na arte e na religião.
O milho era plantado por indígenas americanos em montes, usando um sistema complexo que variava a espécie plantada de acordo com o seu uso. Esse método foi substituído por plantações de uma única espécie. Com as grandes navegações do século XVI e o início do processo de colonização da América, a cultura do milho se expandiu para outras partes do mundo. Hoje, é cultivado e consumido em todos os continentes e sua produção só perde para a do trigo e do arroz.
O plantio de milho na forma ancestral continua a ser praticado na América do Sul, nomeadamente em regiões pouco desenvolvidas, no sistema conhecido no Brasil como de “roças”.
No final da década de 1950, por causa de uma grande campanha em favor do trigo, o cereal perdeu espaço na mesa brasileira. Atualmente, embora o nível de consumo do milho no Brasil venha crescendo, ainda está longe de ser comparado a países como o México e aos da região do Caribe. Uma pena, já que ele é um alimento bastante completo e de relativamente fácil plantio. Hoje muitos de nós consumimos milho indiretamente, já que o grosso de ração animal é feito com ele.
MundoGump
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