Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

sábado, 8 de novembro de 2014

Os Reinos Perdidos: os deuses das lágrimas de OURO (12)


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Livro, Os Reinos Perdidos (The Lost Realms)Capítulo 12 – Os deuses das lágrimas de ouro
Em alguma época depois de 4000 a.C(n.t. Quando começou o calendário dos Hebreus {n.t. os Hibirus} em 3.760 a.C), o grande Anu, o rei e líder de Nibiru, veio à Terra numa (a última) visita oficial.
Não era a primeira vez que ele se aventurava nessa árdua jornada espacial. Cerca de 440.000 anos antes disso —meros 122 anos (Shars) em Nibiru — seu primeiro filho, Enki, liderara o pri­meiro grupo de nefilim-anunnakis, cinqüenta ao todo, que descera na Terra, a fim de obter o ouro necessário para a atmosfera do seu planeta. Em Nibiru, a natureza e o uso de tecnologias haviam conseguido diminuir e danificar a atmosfera, necessária não só para a respiração de seus habitantes, assim como para proteção ao ambiente ecológico, para evitar que o calor interno se dissipasse no espaço interplanetário…
Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
Livro, OS REINOS PERDIDOS (The Lost Realms), da série de livros Crônicas da Terra, Capítulo 12 – Os deuses das lágrimas de OURO,  de Zecharia Sitchin

Capítulo 12 – Os deuses das lágrimas de OURO
… Apenas o uso de partículas de ouro em suspensão na estratosfera de Nibiru seria capaz de evitar que ele virasse um planeta congelado, morto e sem vida. Enki, um brilhante cientista, aterrissou no golfo Pérsico, na foz dos rios Tigre e Eufrates e ali es­tabeleceu sua base em nosso planeta — que ele chamou por Eridu — à beira-mar. Seu plano era obter ouro nas próprias águas do golfo. Porém, conseguiu muito pouco e a crise na atmosfera em Nibiru se agravou. Cansado das promessas de Enki, que dizia poder reverter a situação, Anu veio e pessoalmente desceu à Terra para ver as coisas de perto. Com ele veio seu herdeiro dinástico, Enlil.
Embora não fosse o primogênito, Enlil tinha direito à sucessão porque sua mãe, Antu, era meia-irmã de Anu. Ele não possuía os conhecimentos científicos de Enki, mas era um excelente administrador. Não do tipo fascinado pelos mistérios da natureza, mas daquele que acreditava em compromissos assumidos e fazia o que era necessário para cumpri-los. E o que era preciso fazer? Os estudos apontavam para a mineração. Era preciso buscar o ouro onde o metal era abundante: no sul da África.
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Concepção artística de como seria Eridu, “Lugar na Lonjura”
Discussões acirradas em torno do projeto irromperam entre os meio-irmãos rivais. Anu chegou a pensar em ficar ele mesmo na Terra e deixar seus filhos como regentes de Nibiru. Mas esta idéia causou mais discórdia. Finalmente, foram traçados os li­mites. Enki iria para a África e organizaria a mineração do ouro. Enlil ficaria em E.DIN (Mesopotâmia), construindo as instalações para o refino do minério e tratando do embarque do ouro em espaçonaves para transporte a Nibiru. Anu retornou ao planeta dos Anunnakis. Essa foi sua primeira visita à Terra.
Houve, então, uma segunda visita, provocada por outra emer­gência. Quarenta anos depois da primeira aterrissagem, os Anunnakis, que haviam recebido a missão de trabalhar nas minas de ouro, se amotinaram. Quanto daquilo fora gerado pelas árduas jornadas diárias de trabalho, e quanto refletia a inveja e o atrito entre os dois irmãos, ninguém sabe. O fato é que os Anunnakis, liderados por Enki, se amotinaram, recusando-se a continuar trabalhando, e mantendo Enlil como refém por ter se negado a resolver a crise.
Todos esses eventos foram registrados e milênios mais tarde foram narrados aos terrestres, para que soubessem como tudo em relação à história do homo sapiens começara. Um Conselho dos Deuses foi convocado. Enlil insistiu para que Anu viesse à Terra presidir o Conselho e julgar Enki. Na presença dos líderes reunidos, Enlil narrou os acontecimentos e acusou Enki de liderar o motim. Mas quando os amotinados contaram sua história, Anu condoeu-se deles: eram astronautas, não mineiros, e a carga de trabalho realmente ficara insuportável.
Quem iria, então, fazer o trabalho? Como poderiam sobreviver em Nibiru sem o ouro necessário? Enki apresentou uma solução: criar trabalhadores primitivos, que se encarregariam de realizar a parte difícil do trabalho! Á sua espantada platéia ele relatou que vinha desenvolvendo uma experiência com a ajuda da oficial médicaNinti/Ninharsag. Já existia na Terra, no leste da África, um ser primitivo — uma espécie de homem-macaco.
Esse ser deveria ter se desenvolvido na Terra a partir de uma Semente da Vida de Ni­biru, que passara para a Terra, provavelmente, durante uma re­mota colisão com Tiamat. Havia compatibilidade genética. Faltava, apenas, aprimorar esse ser, fornecendo alguns dos próprios genes dos anunnakis. Seria uma criatura à imagem e semelhança dos seres (deuses anunnakis-nefilim) de Nibiru, capaz de manejar ferramentas e inteligente o suficiente para obedecer ordens.
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E foi assim que LULU AMELU — o “Trabalhador Mestiço” — nasceu numa proveta de laboratório, fruto da manipulação ge­nética e da fertilização in vitro com esperma de Nibiru do óvulo de uma mulher-macaco. Os hí­bridos não podiam procriar; mulheres Anunnakis precisavam servir toda vez como deusas-portadoras. Mas Enki e Ninharsag foram aperfeiçoando o ser, corrigindo os erros, até conseguir o modelo perfeito. Eles o chamaram de Adam — “Aquele da Terra”.
Com ajudantes produtivos, o ouro foi produzido em abundância. Os sete acampamentos iniciais construídos na Mesopotâmia se transformaram em cidades e os Anunnakis — 600 na Terra, 300 em estações orbitais — foram se acostumando a uma vida de ócio. Alguns, apesar da objeção de Enlil, tomaram as filhas dos homens como esposas e tiveram filhos com elas. Para os Anunnakis, obter o ouro era agora uma tarefa sem lágrimas; para Enlil aquilo começou a parecer uma missão pervertida.
Tudo terminou com o Dilúvio. Por um bom tempo as obser­vações científicas avisaram que a calota de gelo da Antártica tornara-se instável (fato que esta se repetindo novamente); que outra passagem de Nibiru próxima à órbita na Terra, entre Marte e Júpiter, poderia, por sua atração gravitacional, deslocar essa tremenda massa de gelo, despren­dendo-a do continente e criando uma onda enorme pelo planeta, o que alteraria os oceanos e a temperatura da Terra e produziria tempestades terríveis. Consultando Anu, Enlil deu a ordem: pre­parem as naves para abandonar a Terra!
“Mas e os homens, os humanos?”, perguntaram Enki e Ninharsag. “Deixem que morram”, respondeu Enlil, obrigando os Anunnakis a guardar segredo, para não deixar o desespero dos homens interferir nos preparativos para a partida. Relutante, Enki também jurou. Po­rém, fingindo falar com uma parede, instruiu seu fiel seguidor Ziusudra a construir um Tibatu, um submarino, no qual ele, sua família, muitos animais poderiam sobreviver ao movimento das águas, e assim impedir que a vida na Terra se extinguisse. Ele forneceu um navegador para trazer o submarino até o monte Ararat, o pico duplo mais aparente do Oriente Médio.
Os textos da Criação e do Dilúvio, ditados pelos Anunnakis aos sumérios, oferecem mais detalhes do que os da Bíblia, que foram resumidos e alterados. Quando a catástrofe ocorreu, não havia só semideuses na Terra. Algumas das principais divindades, membros do círculo sagrado dos Doze, eram, de certa forma, humanos: Nannar/Sin, Ishkur/Adad, filhos mais novos de Enlil, haviam nascido na Terra; da mesma forma, os dois filhos de Sin: Utu/Shamash e Inanna/Ishtar.
Enki e Ninharsag (com quem ele teria compartilhado a informação da sua “Operação Noé”) juntaram-se aos outros para sugerir que os Anunnakis não saíssem da Terra para sempre, mas permanecessem em órbita terrestre para ver o que aconteceria. De fato, após o maremoto inicial, e o término das chuvas, os picos da Terra começaram a aparecer, os raios do Sol atraves­saram as nuvens, formando vários arco-íris pelo céu.
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Os picos do monte Ararat, no leste da Turquia
Enlil, percebendo que a Humanidade havia sobrevivido, ficou a princípio enraivecido. Mas depois acalmou-se. Compreendeu que os Anunnakis poderiam permanecer na Terra e que, se deseja­vam reconstruir suas instalações e continuar extraindo ouro, o homem — a quem caberia proliferar e prosperar — não deveria mais ser tratado como escravo e sim como “sócio”.
Na época antediluviana, o espaçoporto para as idas e vindas dos Anunnakis e seus suprimentos, assim como para o transporte do ouro beneficiado, ficava na Mesopotâmia, em Sippar. Porém, agora, todo o vale fértil entre o Tigre e o Eufrates estava coberto de lama. Assim, usando o Monte Ararat de dois picos, como ponto focal do corredor de aterrissagem, ergueram duas mon­tanhas artificiais às margens do Nilo — as duas pirâmides de Gize — para servir como faróis de aterrissagem para um aero­porto pós-diluviano na península do Sinai. Ele ficava mais perto, ainda, das minas africanas de ouro.
Os humanos, para que pudessem sobreviver e multiplicar-se, tornando-se mais úteis aos Anunnakis, foram agraciados com determinadas condições para criar uma civilização em três estágios. Inicialmente, vieram de Nibiru sementes de cereais vitais para a sobrevivência humana; espécies nativas de plantas. Depois, animais foram domesticados e o homem aprendeu a técnica da cerâmica e dos metais. Esta última atividade tinha grande importância, pois dela dependia o suprimento necessário de ouro aos Anunnakis, uma vez que as velhas minas tinham sido inundadas e cobertas de lama e sedimentos.
Desde o Dilúvio (10.986 a.C.), Nibiru aproximara-se outra vez da Terra e materiais vitais foram recebidos, mas pouco ouro fora entregue. Era necessário, portanto, localizar os antigos filões no meio da lama, fazer túneis nas montanhas, cortar poços, explodir rochas. A Humanidade precisava de ferramentas para isso. Ferramentas resistentes para extrair o que os Anunnakis conseguiam com suas armas de raios. Felizmente, a enorme quantidade de água sobre a Terra tivera, também, uma ação positiva.
Ela expusera o lodo, lavara-o, enchera os leitos dos rios com pepitas de ouro, mistu­radas ao cascalho e à lama. Esse ouro constituía uma nova fonte, mais fácil de extrair, mas muito mais difícil de encontrar e trans­portar, pois o local onde essas pepitas eram abundantes ficava do outro lado da Terra: entre as cadeias montanhosas (Cordilheira dos Andes) em frente ao grande oceano, uma riqueza incalculável em ouro ficara ex­posta. Jazia ali, pronta para ser apanhada, se os Anunnakis fossem até lá e encontrassem alguma forma de embarcar o ouro.
Com a aproximação de Nibiru da Terra, o grande Anu e sua esposa Antu resolveram fazer uma visita formal à Terra, para ver como andavam as coisas. O que haviam conseguido forne­cendo à humanidade os dois metais sagrados, AN.NA e AN.BAR, com os quais podiam agora fabricar ferramentas? O que haviam conseguido expandindo as operações para o outro lado do mun­do? Estariam os depósitos cheios de ouro, pronto a ser embar­cado, como afirmavam os relatórios?
As Listas de Reis Sumérios, com as várias dinastias e capitais da primeira civilização do Oriente Médio, começam a récita com a frase.(1) – “Depois que o Dilúvio varreu a Terra, quando a Realeza foi trazida dos céus, esteve primeiro em Kish”. A arqueologia confirma a antiguidade dessa cidade suméria. De seus vinte e três governantes, um ostentava um nome-epíteto, que indicava ser ele um metalúrgico.
Afirma-se claramente que o vigésimo segundo líder, Enmenbaragsi, era o “que ficou, como espólio, com a arma moldada de Elam”. Elam, nos planaltos a leste e sudoeste da Suméria, de fato, era um dos locais onde a metalurgia se iniciara. A menção de um espólio, uma arma moldada, con­firma as evidências arqueológicas de uma metalurgia completamente desenvolvida no antigo Oriente Médio Iraque e IRÃ), por volta de 4000 a.C.
Mas “Kish foi atormentada com armas”, talvez pelos mesmos elamitas cuja terra fora invadida. E a realeza junto com a capital, foi trans­ferida para uma nova cidade chamada Uruk (a Erech bíblica). Um de seus doze reis, o mais conhecido, foi Gilgamesh, de fama heróica. Seu nome significava “para Gibil, deus da Fundição e do Molde [dedicado]“. A metalurgia, ao que parece, era impor­tante para os governantes de Uruk. Um deles usava a palavra ferreiro para descrever seus predicados. O primeiro governante, cujo reinado se iniciou quando Uruk não era mais do que uma área sagrada, possuía o prefixo MÊS — “Mestre Fundidor” — como parte do nome. A inscrição sobre ele era invulgarmente longa: 
Mes-kiag-gasher, filho do divino Utu,
Tornou-se alto sacerdote de Eanna, assim como rei…
Meskiaggasher foi para o Mar Ocidental
e avançou na direção das Montanhas. 
Essas informações são importantes pelo fato de serem exten­sas, uma vez que nelas costuma constar, apenas, o nome do rei e a extensão de seu reinado, e eventualmente algum feito me­morável. Que mar Meskiaggasher, o “Mestre Fundidor”, atraves­sou e a que montanhas chegou, jamais saberemos ao certo. Mas as palavras indicam o outro lado do mundo.
Podemos entender a urgência em trazer a metalurgia para Uruk, a fim de aperfeiçoá-la. Isso estava relacionado à visita ofi­cial de Anu, talvez para impressioná-lo, mostrando que tudo estava correndo bem e que Uruk, construída em sua honra, de­monstrava progressos em metalurgia. No centro da área sagrada foi construído, então, um templo de muitos estágios, com os cantos em metal. O nome que recebeu, E.ANNA, certamente sig­nificava “Casa de Anu”, ou “Casa de Estanho”. Os textos gravados, com detalhes do protocolo e do programa da visita real a Uruk, indicam um local coberto de ouro.
Foram encontradas tábuas em Uruk com anotações do escriba sobre a visita: eram cópias de textos sumérios antigos, legíveis até certo ponto. Anu e Antu aparecem sentados no pátio do templo, sendo homenageados por uma procissão de deuses, car­regando o cetro de ouro. Entrementes, deusas preparam o quarto do visitante ilustre no E.NIR — “Casa do Brilho” — coberto com o “trabalho artesanal do ouro do Mundo Inferior”. À medida que ia escurecendo, um sacerdote subiu ao alto do zigurate para observar no céu o espetáculo do nascimento de Nibiru, “Grande Planeta do Céu de Anu”.
planetas
Depois de entoar os hinos apropriados, os visitantes lavaram as mãos em bacias de ouro e foi servida uma refeição noturna em sete bandejas de ouro; cerveja e vinho, em jarros do mesmo metal, mitigaram a sede dos convidados. Depois de mais hinos louvando o “Planeta do Criador”, o “Planeta que é o Herói dos Céus”, os visitantes foram conduzidos por uma procissão de deuses carregando tochas para o seu “recanto de ouro”, a fim de passar a noite.
De manhã, turíbulos de ouro foram enchidos pelos sacer­dotes durante os sacrifícios, enquanto os deuses acordavam para um desjejum elaborado, servido em pratos preciosos. Quando chegou o momento de partir, as divindades visitantes foram levadas por uma procissão de deuses, acompanhados por sacerdotes cantando hinos, até o ancoradouro, onde esta­vam atracados os navios.
Saíram da cidade através do Portão Nobre, prosseguiram pela Avenida dos Deuses, e chegaram ao “Porto Sagrado”, à “Doca do Navio de Anu”, que iria levá-los pelo “Caminho dos Deuses”. Numa capela chamada Casa de Akitu, Anu e Antu procuraram incluir as novas minas de ouro em seu itinerário. Depois, Anu e Antu juntaram-se aos Deuses da Terra em orações, recitando as bênçãos sete vezes. Então, “de mãos dadas”, os deuses partiram.
Se na época dessa visita oficial os anunnaki já estivessem pro­curando ouro no Novo Mundo, será que Anu e Antu teriam incluído as novas minas no itinerário? Será que os Anunnakis na Terra estariam tentando impressioná-los com os novos progres­sos, as novas perspectivas, as promessas de suprir Nibiru com o metal vital em quantidade suficiente, de uma vez por todas?
Se a resposta for sim, a existência de Tiahuanaco, e muito mais na América do SUL, pode ser explicada. Se, na Suméria, uma cidade especial, com um recinto sagrado, além de uma Avenida dos Deuses e Portos Sagrados, fora construída para a visita dos deuses supre­mos, poderíamos presumir que o mesmo fora realizado no co­ração das Terras Novas, na Cordilheira dos Andes. E, como em Uruk, esperaríamos encon­trar ali um observatório para determinar o momento do apare­cimento de Nibiru no céu noturno, seguido pelo de outros pla­netas.
Apenas tal paralelismo, acreditamos, pode explicar a necessi­dade do observatório doKalasasayapor sua precisão, e por sua época, por volta de 4000 a.C. Apenas uma visita oficial dessa natureza, sugerimos, seria capaz de explicar a elaborada arquitetura de Puma-Punku, seus ancoradouros reais, e o recinto sa­grado decorado com placas de ouro. Pois foi exatamente o que os arqueólogos encontraram em Puma-Punku: evidências indis­cutíveis de que placas de ouro cobriam não apenas porções do portão (como eram os painéis traseiros da Porta do Sol, em Tia­huanaco), mas todas as paredes, entradas e cornijas.
Posnansky encontrou e fotografou fileiras de pequenos orifícios em muitas paredes de acabamento polido e ern blocos de pedra revestidos, que “serviam para apoiar as placas de ouro que os cobriam com cravos, também de ouro.” Quando ele fez uma conferência sobre o assunto na Sociedade Geográfica, em abril de 1943, mostrou um desses blocos com cinco cravos de ouro ainda aparecendo (os outros tinham sido arrancados pêlos saqueadores que remo­veram as placas).
A possibilidade de ter sido construído em Puma-Punku, em épocas remotas, um edifício com paredes, teto e cornijas reco­bertos de ouro, exatamente como o de E.NIR, em Uruk, é mais significativa quando descobrimos que os baixos-relevos que de­coravam os portões cerimoniais no local, assim como algumas das gigantescas estátuas do Grande Deus, em Tiahuanaco, eram recobertos de ouro. Posnansky descobriu e chegou a fotografar no local os orifícios dos cravos, “com cerca de 2 milímetros de diâ­metro”, “arredondados nas bordas”. O portão, que ele chamou de Portal da Lua, possui relevos de Viracocha, e o rosto do Deus, com meandros “incrustados com ouro…”, o que “fazia ressaltar o hieróglifo principal pelo seu grande brilho”.
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Não menos importante foi a descoberta de Posnansky de que os olhos dos deuses eram feitos com pequenos pedaços circulares de turquesa. Ele conta: “encontramos muitos desses pedaços de turquesa perfurados no centro, em Tiahuanaco”. Isso o levou à conclusão de que não só os gonzos no portão eram dessa pedra, mas também as estátuas gigantes, representando os deuses em Tiahuanaco, eram recobertas de ouro no rosto, tendo no local dos olhos turquesas incrustadas.
A descoberta é notável, porque não existem turquesas — uma pedra azul semipreciosa — na América do Sul. As suas minas mais antigas, do final do quinto milênio a.C., estão localizadas na Península do Sinai e no IRÃ. Para completar, essas técnicas de incrustação da turquesa eram características do Oriente Médio, não sendo en­contradas em nenhum outro local das Américas — e, com certeza, não naquela época.
Virtualmente, todas as estátuas encontradas em Tiahuanaco representam deuses vertendo três lágrimas em cada olho. As lágrimas são incrustações de ouro, como pode ser visto em estátuas agora em exibição no Museu del Oro, em La Paz. Uma das grandes estátuas é famosa. Ela foi apelidada El Fraile e possui 3 metros de altura, tendo sido esculpida, como as outras gigantescas estátuas de Tiahuanaco, em calcário, o que indica origem no período mais antigo de Tiahuanaco.
A divin­dade segura uma ferramenta serrilhada na mão direita; as três lágrimas estilizadas em cada olho, indubitavelmente, eram in­crustadas com ouro, podendo ser identificadas claramente (como no esboço da fig. 131b). Três lágrimas semelhantes podem ser vistas no rosto da estátua conhecida como a Cabeça Gigante (fig 131c). Ela foi quebrada pelos caçadores de tesouro, baseados na crença de que os construtores de Tiahuanaco, possuindo “o se­gredo de fabricar a pedra”, não a tinham esculpido na pedra, mas sim moldado por um processo mágico,, que permitia escon­der ouro em seu interior.
Essa crença pode ter sido gerada pelas lágrimas de ouro que os deuses vertiam. Uma prática que poderia explicar, tam­bém, os motivos dos povos andinos chamarem as pepitas de ouro de “lágrimas dos deuses”. Como todas as estátuas repro­duzem a mesma divindade representada na Porta do Sol, onde ela aparece vertendo lágrimas, foi chamada de “O deus Que Chora”. Diante das evidências que encontramos, sentimo-nos autorizados a usar o nome “deus das Lágrimas de Ouro”. Um monólito gigantesco, esculpido num local próximo (Wancai), representa a divindade com um capacete cônico e pontudo — o típico capacete dos deuses mesopotâmicos — e com raios ao invés de lágrimas, claramente identificando-o como o Deus da Tempestade (fig 132).
Um dos blocos recobertos de ouro em Puma-Punku apresen­tava “misteriosas cavidades” e um canal profundo num canto para prender um funil. Posnansky achou que a peça fizesse parte do altar de sacrifícios. Entretanto, uma das várias localidades próximas a Tiahuanaco, onde algumas pedras permanecem, for­mam uma mini-Puma-Punku. Ali foram encontrados muitos artefatos de ouro. Seu nome é Chuqui-Pajcha, oque em aimara significa “onde o ouro líquido é recolhido”, sugerindo a existência de processamento de ouro no local, ao invés de altar de sacrifícios.
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O ouro era abundante e fácil em Tiahuanaco e nos locais pró­ximos, fato que fica evidente não apenas através das lendas, his­tórias, nomes de lugares, mas também das descobertas arqueo­lógicas. Muitos ornamentos e objetos de ouro, classificados por estudiosos como clássicos de Tiahuanaco por sua forma (imagens estilizadas do deus das Lágrimas de Ouro, escadarias, cruzes), foram encontrados em localidades próximas, assim como nas ilhas, no decurso de escavações realizadas nas décadas de 30, 40 e 50.
Dignas de nota foram as missões arqueológicas patro­cinadas pelo Museu Americano de História Natural (sob o co­mando de William C. Bennet), pelo Museu Americano Peabody de Arqueologia e Etnologia (sob o comando de Alfred Kidder II), pelo Museu de Etnologia da Suécia (sob a liderança de Stig Rydén, com Max Portugal, então curador do Museu Arqueoló­gico de La Paz.)
Os objetos incluíam xícaras, vasos, discos, tubos e pinos (um deles ostentava uma cabeça na forma de uma pluma de três ramificações). Objetos de ouro encontrados em escavações mais antigas realizadas nas duas ilhas sagradas, Titicaca (Ilha do Sol) e Coati (Ilha da Lua), foram descritos por Posnansky em seu Guia General (“Guia Geral”) de Tiahuanaco e seus arredores, e também por A. F. Bandelier (The Manás of Titicaca and Koati – “As Ilhas de Titicaca e Coati”).
As descobertas no grande lago ocorreram, em sua maioria, em sítios de ruínas não identificadas, situados nas vizinhanças da Rocha Sagrada e de suas cavernas. Os estudiosos divergem sobre a sua época: alguns apontam o período mais antigo de Tiahuanaco; outros, o tempo dos incas, uma vez que esse povo esteve na ilha para adorar e construir santuários, durante o reinado de Mayta Capac, o quarto gover­nante inca.
As descobertas de artefatos de ouro e bronze em Tiahuanaco e arredores não deixam dúvidas de que o ouro é anterior ao bronze (que continha estanho) naquela área. Posnansky foi en­fático em relegar o bronze ao terceiro período de Tiahuanaco. Ele fala da presença de grampos de bronze, usados para reparar estruturas, na época dourada. Como as minas nas montanhas próximas mostram sinais claros de que os minérios de estanho e o ouro foram obtidos nos mesmos locais, é provável que a descoberta do ouro de aluvião e sua mineração levaram à per­cepção da presença de cassiterita no local. Os dois estão mistu­rados nos mesmos leitos de rios e riachos.
Um relatório oficial da Bolívia (Bolívia and the Opening ofthe Panamá Canal – “A Bolívia e a Abertura do Canal de Panamá”), de 1912, afirmava que tanto o rio Tipuani como o rio que corre do monte Illampu, além do minério de estanho, “ambos eram famosos pela presença de cas­calho contendo grandes quantidades de ouro”, em profundidades de até 90 metros. Significativamente, “a proporção de ouro au­menta com a profundidade do cascalho”.
O relatório observa também que o ouro do rio Tipuani era de 22 a 23,5 quilates — quase ouro puro! A lista de localidades bolivianas com ouro de aluvião é quase inesgotável, mesmo depois de todos os séculos de exploração espanhola. Entre 1540 e 1750, só os espanhóis extraíram da Bolívia o equivalente a 2,8 milhões de quilos de ouro.
colonização
Antes de sua independência, no século 19, a Bolívia era co­nhecida como Alto Peru e fazia parte dos domínios sul-americanos dos espanhóis. Os recursos minerais não respeitavam fron­teiras políticas e já descrevemos em capítulos anteriores as ri­quezas em ouro, prata e cobre que os espanhóis encontraram no Peru. Os europeus acreditavam que o “Filão Mãe” de todo o ouro nas Américas se localizava nos Andes peruanos (mas nunca foi encontrado…).
Uma olhada no mapa dos recursos minerais da América do Sul oferece uma visão clara. Três faixas de várias larguras com veios de ouro, prata e cobre serpenteiam ao longo de uma in­clinação noroeste-sudoeste, desde a Colômbia, ao norte, até o Chile e Argentina, ao sul. Ao longo dessas faixas encontram-se as mais famosas fontes desses minerais, algumas encaradas como verdadeiras montanhas de metal puro (como em Potosi, uma montanha de prata).
As vagarosas forças da natureza e, sem dúvida, a verdadeira avalanche de água do Dilúvio, provocaram o afloramento dos minérios, expondo-os, carregando-os montanha abaixo para os leitos dos rios. Como a maioria dos grandes rios da América do Sul flui dos Andes para o leste através da planície amazônica até o oceano Atlântico, não é de se admirar que o ouro e o cobre sejam abundantes naquele lado do continente.
Mas é nos veios encontrados nos Andes que se situam as grandes fontes de minerais, seja de aluvião ou de minas. Quando se observam no mapa todas as faixas entrelaçadas, representando os veios, com cada metal em uma cor, o desenho nos faz pensar nas duplas hélices da estrutura do DNA, do­brando-se para o interior de si mesma e serpenteando ao redor do RNA, numa imitação das correntes da vida e da heredita­riedade dos seres vivos sobre a Terra. No interior dessas faixas encontram-se até mesmo minerais raros — platina, bismuto, manganês, volfrâmio, ferro, mercúrio, enxofre, asbesto, co­balto, arsênico, chumbo, zinco — e o mais importante para técnicas modernas e antigas de fundição e purificação de me­tais, o carvão mineral e o petróleo.
Alguns dos depósitos mais ricos de ouro, trazidos pelas cor­redeiras dos rios, estão localizados a leste e ao norte do lago Titicaca. Lá, na cordilheira Real, que envolve o lago do nordeste a sudeste, uma quarta faixa junta-se às outras, é a faixa de es­tanho, na forma de cassiterita. Ela fica proeminente na margem oriental do lago, curva-se para oeste, ao longo da bacia de Tiahuanaco, depois corre para o sul, em curso quase paralelo ao rio DesÁguadero. Junta-se às outras três faixas perto do Oruro e do lago Poopo e desaparece ali.
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Quando Anu e sua esposa chegaram para ver todas as riquezas minerais, a área sagrada de Tiahuanaco, seu revestimento de ouro, os portos, estavam em seu lugar. Quem foi recrutado e trazido pelos nefelim para construir tudo isso, em 4000 a.C? Nessa época, o povo das planícies altas ao redor da Suméría já trabalhava de forma rudimentar a pedra e os metais. Mas a verdadeira tecnologia metalúrgica, incluindo a moldagem, as construções elevadas, o há­bito de realizar planos arquitetônicos, a determinação da orientação estelar, estava nas mãos dos sumérios.
A figura central que aparece na área sagrada semi-subterrânea de Tiahuanaco é barbada, assim como muitas das cabeças de pedra esculpidas na parede do recinto que ostenta dignitários desconhecidos. Muitos deles usam turbantes, como os dos dig­nitários sumérios (fig. 133).
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É preciso, então, perguntar: onde e quando os incas, continuando os costumes do Antigo Império, adquiriram as regras de sucessão dos sumérios (Foram ditadas pelos nefelim)? Por que em algumas oca­siões, os sacerdotes incas invocavam o Céu, pronunciando as pa­lavras Zi-Ana, e a Terra, pronunciando as palavras Zi-ki-a, termos sem significado nos dialetos quechua e aimara (segundo S. A. Lafone Quevado,Enscn/o Mitológico – “Ensaio Mitológico”), — mas que em sumério significam “Vida Celestial” (ZI.ANA) e “Vida na Terra” (ZI.KI.A)? Por que os incas conservaram dos tempos do Antigo Império o termo Anta para indicar metais, em geral, e cobre, em particular? O termo AN.TA, em sumério, representava uma clas­se de minérios: AN.NA, indicava estanho e AN.BAR, o ferro.
Esses termos sumérios (empregados por seus sucessores) refe­rentes à metalurgia foram complementados pela descoberta de pictografias sobre mineração. Arqueólogos alemães, liderados por A. Bastian, encontraram tais símbolos gravados em pedra, às margens do rio Manizales, na região aurífera central da Colômbia. Uma expedição organizada pelo governo da França, liderada por E. André, explorando leitos de rios na região oriental, encontrou símbolos semelhantes esculpidos em rochas de cavernas que tinham sido ampliadas artificialmente.
Muitos petróglifos, en­contrados nos centros auríferos andinos, nas rotas entre eles, ou nos lugares onde o termo Uru aparece como nome-componente, incluem símbolos que lembram a escrita cuneiforme ou pictográfica dos sumérios. Um deles é a cruz radiante, representada em petróglifos a noroeste do lago Titicaca — um símbolo que os sumérios usaram para indicar o planeta Nibiru.
Adicione-se a isso a possibilidade de alguns sumérios vindos para a região do lago Titicaca terem sobrevivido, chegando seus descendentes até os tempos modernos. Seriam eles apenas algu­mas centenas, vivendo até hoje em algumas ilhas do lago, vele­jando em barcos de totora, o junco sul-americano. Os aimaras e os kollas, que constituem a maioria dos habitantes da região, consideram esses remanescentes de povos mais antigos, como estrangeiros de outras terras, a quem chamam de Uru.Este nome significa, acredita-se, “Os Antigos”. Seriam eles assim chamados por alguma associação com a antiga capital da Suméria, Ur?
Segundo Posnansky, os urus tinham cinco divindades ou Samptni: Pacani-Malku, significando “Grande Senhor”; Malku, significando “Senhor”; e deuses da Terra, das Águas e do Sol. O termo malku provém, obviamente, do Oriente Médio, onde sig­nificava (como ainda significa em hebreu e árabe) “rei”. Um dos poucos estudos sobre os urus, realizado por W. La Barre (Ame­rican Anthropologist – “Antropologia Americana”, vol. 43), relata os “mitos” desse povo sobre sua origem: “Nós, o povo do lago, somos os mais velhos dessa Terra. Há muito tempo estamos aqui, desde antes do tempo em que o Sol ficou escondido… Antes do Sol se esconder já estávamos há muito tempo nesse lugar. Então vieram os kolla[...] Eles usaram nossos corpos para sacrifícios, quando fizeram as fundações dos templos[...] Tiahuanaco foi construída muito antes da época da escuridão”.
Já estabelecemos anteriormente que o Dia da Escuridão, “quan­do o Sol se escondeu”, ocorreu por volta de 1400 a.C. Foi um evento planetário, que deixou traços nos registros dos povos dos dois lados da Terra. Essa lenda uru, ou memória coletiva, diz que Tiahuanaco foi construída antes desse evento e que os urus estavam lá há muito tempo.
Até hoje, as tribos aimara, que vivem nas cercanias do lago, navegam em seus barcos de totora, que aprenderam a fazer, di­zem, com os urus. A semelhança desses barcos com os barcos de junco dos sumérios é impressionante, tanto que Thor Heyerdahl mandou fazer uma réplica, chamando-o de Kon-Tiki (um epíteto de Viracocha). Nesse barco ele fez viagens para provar que os antigos sumérios poderiam ter atravessado os oceanos.
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Ainda hoje, as tribos aimara, que vivem nas cercanias do lago, navegam em seus barcos de totora, uma espécie de junco da região do lago Titicaca.
A extensão da presença suméria/uru nos Andes pode ser con­firmada por outros fatos. A palavra uru significa “dia”, tanto em aimara, como em quechua, o mesmo significado que possuía na Mesopotâmia (“luz do dia”). Existem outros termos andinos, comouma/mauu para água, khun para vermelho, kap para mão, enu/ienu para olho, makaipara sopro, claramente, de origem mesopotâmica. Esta semelhança levou o pesquisador Fábio Patron (Nouvelles etudes sur lês langues americaines ~ “Novos estudos sobre as linguagens americanas”) a concluir: “está demonstrado sobe­jamente que as linguagens quechua e aimara dos nativos do Peru possuem uma origem suméria-assíria”.
O termo uru aparece como componente de vários nomes de localidades e acidentes geográficos na Bolívia e no Peru: por exemplo, o importante centro de mineração Oruru; o Vale Sa­grado dos incas Urubamba (“planície/vale dos urus”); o famoso rio Urubamba, além de muitos outros. Na verdade, no centro do Vale Sagrado, ainda vivem, em cavernas, remanescentes da tribo que se considera descendente dos urus do lago Titicaca. Esses nativos se recusaram a deixar as cavernas para morar em casas, alegando que, se dali saíssem, a montanha cairia e o mundo acabaria.
Há outros elos aparentes entre a civilização da Mesopotâmia e os urus dos Andes. Corno explicar, por exemplo, o fato de que, como Tiahuanaco, a capital suméria, Ur, também estava cercada por um canal, com um porto ao norte e um a sudoeste, levando ao rio Eufrates, e mais além? E as semelhanças entre o Recinto de Ouro do templo principal, em Cuzco, onde as paredes eram recobertas com placas de ouro, com os de Puma-Punku e de Uruk? E mais: que justificativa existiu para a “Bíblia Ilustrada” no Coricancha, representar Nibiru e sua órbita?
Havia outros costumes que levaram os espanhóis recém chegados a enxergar nos nativos, os descendentes das Dez Tribos de Israel. Também as cidades costeiras e seus templos lembraram aos conquistadores as áreas sagradas e os zigurates da Suméria. E como explicar os tecidos incrivelmente ornados dos povos do litoral em frente à Tiahuanaco, únicos nas Américas, exceto se comparados com os tecidos sumérios, especialmente com os de Ur, renomados na Antiguidade pelas suas cores e desenhos exó­ticos? Como explicar, ainda, as representações dos deuses com capacetes cónicos, uma deusa com o Cortador Umbilical como o de Ninti? Ou um calendário como o da Mesopotâmia e um Zodíaco como o dos sumérios, com Precessão e doze casas zodiacais?
Sem levar em conta as evidências mostradas nos capítulos anteriores, parece que todos os pedaços do quebra-cabeça andino começam a encaixar-se, quando admitimos a mão dos Anunnaki e a presença dos sumérios (sozinhos ou com seus vizinhos) nessa região por volta de 4000 a.C. As lendas da ascensão do Criador e de seus dois filhos, a Lua e o Sol, da rocha sagrada na Ilha do Sol (Titicaca), não poderiam ser uma lembrança da partida de Anu e de seu filho Sin com seu neto Shamash — tendo feito uma viagem curta de barco de Puma-Punku para uma espaçonave dos Anunnakis?
Naquela noite memorável em Uruk, assim que Nibiru foi visto, os sacerdotes acenderam tochas como sinal para as vilas circun­dantes. Estas, por sua vez, acenderam fogueiras como sinal para as povoações próximas e logo toda a terra da Sumária ficou iluminada para celebrar a presença de Anu e Antu e o avistamento do Planeta dos deuses Anunnakis .
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As pessoas da época talvez não tenham percebido que esta­vam diante de um sinal celestial — que ocorre só a cada 3.600 anos terrestres —, mas sabiam ser um fenômeno único em suas vidas. A humanidade não se cansara de esperar o retorno do planeta e com razão recorda daquele período como a Era de Ouro, não só pela abundância do metal, mas porque culminou com um período de paz e progresso inigualáveis na Terra.
Mas nem bem Anu e Antu haviam retornado a Nibiru, a har­monia na Terra já estava sendo quebrada. Em cerca de 3.450 a.C, segundo nossos cálculos, ocorre o incidente da Torre de Babel: um artifício usado por Marduk/Ra/Lúcifer para obter primazia para sua cidade, a Babilônia, na Mesopotâmia. Embora frustrado por Enlil e Ninurta, esse recurso engenhoso para envolver a huma­nidade na construção de uma torre arrojada que iria até o céu provocou a decisão dos deuses de dispersar a humanidade e confundir suas linguagens. E, a até então civilização única, com sua linguagem própria, viu-se, de repente, dividida. Depois de um período caótico, que durou 350 anos, a civilização do Nilo, com sua linguagem e escrita rudimentar, foi formada. Isso acon­teceu, segundo os estudiosos, por volta de 3100 a.C.
Frustrado em seus esforços para assumir a supremacia na Suméria civilizada, Marduk/Ra/Lúcifer voltou-se para a civilização egípcia, tentando usurpar a liderança de seu irmão Thoth. A partir de então, Thoth passou a ser um deus sem povo. Por sugestão de alguns seguidores, escolheu habitar os Novos Reinos — na Amé­rica Central.
Sugerimos ainda mais: esse fato não aconteceu “por volta de 3.100 a.C.”, mas exatamente em 3.113 a.C. — a época, o ano, e até mesmo o dia em que os povos centro-americanos começam a “contagem longa” (o início do 13º Baktun do calendário Maia que terminou em 21 de dezembro de 2012).
Contar a passagem do tempo ancorando o calendário num evento importante não é incomum. O calendário cristão conta os dias a partir do nascimento de Cristo. O calendário muçulmano começa com a Hégira, quando Maomé fugiu de Meca para Medina. Além de vários outros exemplos, podemos mencionar, ain­da, o calendário judaico, que é na verdade o antigo (e primeiro) calendário de Nippur, a cidade suméria dedicada à Enlil (Yahweh). Ao contrário do que se pensa comumente, a contagem judaica dos anos (ano 5755, em 1995) não é a do “começo do mundo”, mas sim a do início do calendário Nipuriano, em 3.760 a.C. — o ano, presumimos, da visita de Anu à Terra.
Por que não podemos aceitar a sugestão de que a chegada, a seu novo reino, de Quetzalcoatl, a Serpente Alada, foi o evento importante para ancorar o início da “contagem longa”, o calen­dário centro-americano? Particularmente, se levarmos em conta o fato de que foi esse deus o introdutor do calendário entre os povos da região?
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Tendo sido destronado por seu próprio irmão, Thoth (conhe­cido nos textos sumérios como Ningishzidda, Senhor da Arvore da Vida) se transformou no aliado natural dos adversários de seu irmão, os deuses enlilitas e seu chefe, Ninurta. Está escrito que, quando Ninurta pediu a Gudea que construísse um zigurate-templo em sua honra, foi Thoth (Ningishzidda) quem desenhou os planos. Teria sido ele, também, que especificou os materiais raros a serem usados e ajudou a fornecê-los. Como amigo dos enlilitas, ele teve de ser amigável com Ishkur/Adad e com seu reino andino, na região do Titicaca: provavelmente foi um hóspede bem recebido.
De fato, encontramos evidências de que um Deus Serpente, e seus seguidores africanos, ajudaram no desenvolvimento das ins­talações metalúrgicas ao redor de Tiahuanaco. Alguns monólitos e esculturas da época entre os períodos I e II de Tiahuanaco foram decorados com símbolos da serpente — um símbolo raro e desconhecido em Tiahuanaco. Algumas figuras com traços negróides, apesar de bastante danificadas, foram encontradas em locais próximos, assim como dois bustos colossais, com os mesmos traços, foram removidos e colocados como decoração à entrada da igreja da vila de Tiahuanaco pelos nativos.
Posnansky, irritado com as críticas à sua “fantástica” datação, não tentou precisar a data da transição do Período I, quando o arenito foi usado na construção e nas esculturas, para o Período IImais sofisticado, quando a andesita, pedra dura, começou a ser utilizada. Porém, o fato de que essa mudança marcou, tam­bém, a alteração do interesse de Tiahuanaco do ouro para o es­tanho, sugere o período de 2500 a.C. Se, como acreditamos, os deuses enlilitas (Adad, Ninurta), guardiães do Oriente Médio, estavam fora, ocupados com a instalação da colônia dos cassitas, isso explicaria a usurpação do poder nessa época por Inanna/Ishtar, que lançou forte ofensiva contra Marduk/Ra/Lúcifer para vingar a morte do seu amado esposo Durnuzi (causada, segundo ela, por Marduk).
Foi nessa época, provavelmente como consequência da insta­bilidade dos novos reinos, que os deuses resolveram criar uma civilização afastada — nos Andes. Enquanto Tiahuanaco se con­centraria na produção de estanho, haveria fontes inesgotáveis de ouro ao longo das encostas andinas. Era necessário, apenas, fornecer ao homem andino a tecnologia necessária para apanhar o ouro. E foi assim, por volta de 2400 a.C., data assinalada por Montesinos, que Manco Capac recebeu o cetro de ouro no Titicaca e foi enviado para a região de Cuzco.
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Qual teria sido o propósito desse cetro mágico? Um dos mais completos estudos a esse respeito é Corona Incaica (“Coroa inca”), de Juan Larrea. Analisando artefatos, lendas e representações pictóricas dos reis incas, ele concluiu que o cetro de ouro era um machado, Yuari, que foi chamado de Tupa-Yuari (“Machado Real”). Seria uma arma ou uma ferramenta?
A resposta está no Egito. O termo egípcio para “deuses”, “di­vino”, era Neteru,significando “Guardiães”. Esse, entretanto, era o mesmo significado de Suméria (na verdade, Shumer), chamada “Terra dos Guardiães”. Nas primeiras traduções de textos bíblicos para o grego, o termo Nefilim (aliás, anunnaki) tomou o sentido de “Guardiães”.
O hieróglifo para esse termo era um machado. E. A. Wallis Budge (The Gods of the Egyptians - “Os Deuses dos Egípcios”) concluiu, num capítulo especial intitulado “O Machado Como Símbolo Divino”, que este objeto era feito de metal. Ele menciona que o símbolo — como o termo Neter — provavelmente, fora emprestado dos sumários. Dessa forma teve início a civilização andina: fornecendo ao homem dos Andes o machado com o qual ele poderia minerar ouro.
As histórias de Manco Capac e dos irmãos Ayar, com certeza, marcaram o final da fase mesopotâmica e do ouro em Tiahuanaco. Houve, então, um hiato de tempo. Durou até que o lugar voltasse à vida como centro mundial de estanho. Os cassitas chegaram e transportaram o estanho, ou o bronze já pronto, através do Pacífico. Com o tempo, desenvolveram-se outras rotas, como se pode ver pela existência de habitações com abundância de pontas de bronze encontradas numa rota ao longo do rio Beni até a costa atlântica do Brasil, e com a ajuda das correntes oceânicas, até o Mar da Arábia, o Mar Vermelho, Egito, golfo Pérsico e Mesopotâmia. Poderia haver, e provavelmente havia, uma rota pelo Antigo Império, através do rio Urubamba, como indicaram os locais megalíticos e a descoberta de estanho puro em Machu Pichu. Essa rota leva ao rio Amazonas e à ponta noroeste da América do Sul, depois, através do Atlântico, para a África Ocidental e o Mediterrâneo.
Então, à medida que os centro-americanos atingiram um certo grau de civilização, uma terceira, e mais rápida alternativa, foi oferecida pela estreita faixa que servia como ponte de terra entre o oceano Pacífico e o Atlântico, via mar do Caribe. Esta rota seria seguida, tempos mais tarde, na direção contrária, pelos con­quistadores.
A terceira rota, da civilização olmeca, deve ter se tornado a preferida depois de 2000 a.C., como fica evidenciado pela pre­sença de traços do Mediterrâneo pois em 2024 a.C. os Anunnakis, liderados por Ninurta, temendo que o espaçoporto do Sinai fosse tomado por seguidores de Marduk, destruíram-no com armas nucleares.
Sem se deter, a nuvem mortal seguiu para o leste, atingindo a região da Mesopotâmia, devastando a Suméria e sua última capital, Ur. Como se o destino tivesse traçado, a nuvem se desviou para o sul, poupando a Babilônia. Sem perder tempo, Marduk atacou à frente de um exército de cananitas e amoritas, seus seguidores, declarando-se rei da Babilônia. Foi então, acreditamos, que foi tomada a decisão de levar os seguidores africanos da civilização de Thoth/Quetzalcoatl a criar um reino na América Central.
Um dos raros estudos acadêmicos, admitindo que os olmecas eram negróides africanos, é o de Leo Wiener, professor de línguas na Universidade de Harvard. Em seu livro, África and the Discovery of America (“A África e o Descobrimento da América”), ele conclui — baseado em características raciais e outras, principalmente em análise linguística — que a língua olmeca provinha do grupo linguístico Mande, da África Ocidental, entre o rio Niger e o Congo. Porém, escrevendo em 1920, antes que a ver­dadeira época da presença dos olmecas na América fosse esta­belecida, ele levantou a hipótese de que os olmecas teriam sido trazidos para o território centro-americano por mercadores ára­bes da Idade Média.
Meio século depois outro grande estudo acadêmico, Unexpected Faces in Ancient America (“Rostos Inesperados na América Anti­ga”), de Alexander von Wuthenau, deu novo passo para a so­lução do problema. Enriquecido com uma profusão de fotografias de representações de feições semíticas e negróides de herança centro-americana, o estudo encontra o primeiro elo entre o Velho e o Novo Mundo no reinado do faraó egípcio Ramsés III (século 20 a.C.).
Para Wuthenau, os olmecas seriam os cuchitas da Núbia (Kush a principal fonte do ouro egípcio). Outros africanos, diz ele, poderiam ter vindo em “navios fenícios e judeus”, entre 500 e 200 d.C. Ivan van Sertima retoma o assunto em They Carne Before Columbus (“Eles Vieram Antes de Colombo”), aceitando a solução cuchita. Segundo Sertima, quando os reis negros de Kush ascenderam ao trono do Egito, na vigésima segunda di­nastia, no século 18 a.C., eles, negociando com prata e bronze, talvez por naufrágio vieram a dar na costa da América Central.
Essa conclusão se originou da datação das cabeças gigantes dos olmecas, mas hoje sabemos que esse povo começou a voltar em 2000 a.C. Quem, então, seriam esses africanos?
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Sustentamos que os estudos linguísticos de Leo Wierner são corretos, mas não a sua época. Quando se comparam as feições das colossais cabeças olmecas com as dos africanos ocidentais, a lacuna de milhares de anos não interfere na seme­lhança óbvia. É dessa parte da África que Thoth poderia ter tra­zido seus seguidores especialistas em mineração, pois lá existe em abundância ouro, estanho, e cobre para fabricar bronze. A Nigéria é conhecida por suas estatuetas de bronze — moldadas segundo a nossa conhecida técnica da Cera Perdida — há milênios. Pesquisas recentes dataram através do carbono esse objetos e alguns remontam a 2100 a.C.
É na África Ocidental, que um país — Gana — ostentou por séculos o nome Costa do Ouro. Era isso o que produzia — uma fonte de ouro conhecida desde o tempo dos fenícios. Temos ali, também, o povo ashanti, renomado por suas habilidades em ou­rivesaria. Entre seus trabalhos estão pesos de ouro em forma de pequenas pirâmides com degraus — numa terra onde não existia esse tipo de estrutura.
Acreditamos que, quando a ordem do Velho Mundo foi con­testada, Thoth assumiu a tarefa de levar seus seguidores para uma nova terra, criando uma nova civilização com outro tipo de mineração. Com o tempo, como demonstramos, os olmecas mudaram para o sul, a princípio, para a costa mexicana do Pacífico, depois, atravessaram o istmo e penetraram na América do Sul. Seu último destino foi a área Chavin. Lá, encontraram os mineradores de ouro de Adad, o povo do cetro de ouro.
A idade de ouro dos Novos Reinos não durou para sempre. Os locais olmecas no México sofreram destruições; os próprios olmecas e seus companheiros barbados tiveram um fim brutal. A cerâmica mochica representa gigantes escravizados e deuses alados lutando com lâminas de metal. O Antigo Império teste­munhou guerras tribais e invasões. E, nos planaltos do Titicaca, as lendas aimaras relembram invasores marchando para as mon­tanhas da costa e matando homens brancos que ainda se encon­travam por lá.
Seriam esses acontecimentos um reflexo dos conflitos entre os Anunnakis, nos quais, eles envolveram cada vez mais a Humani­dade? Ou tudo teria começado depois que os deuses foram em­bora — velejando pelo mar, depois subindo aos céus?
Qualquer que tenha sido o acontecimento, é certo que naquela época as ligações entre os Velhos e os Novos Reinados foram quebradas. No Velho Mundo, as Américas tornaram-se uma tênue lembrança — pistas nesse ou naquele escritor clássico, his­tórias da Atlântida transmitidas por sacerdotes egípcios, mapas insólitos representando continentes desconhecidos. Seria tudo mito, ou existiria mesmo uma terra de ouro e estanho além dos Pilares de Hércules? Com o tempo, os Novos Reinos tornaram-se os Reinos Perdidos para os ocidentais.
Nos Novos Reinos, o passado brilhante tornou-se apenas uma memória legendária com o passar dos séculos. Mas as memórias não morrem e as histórias ficam, contando como tudo começou, os feitos de Quetzalcoatl e Viracocha e de como um dia eles ainda voltarão. Ao encontrarmos cabeças gigantes, paredes megalíticas, cida­des abandonadas, um portão solitário com seu deus que chora, temos vontade de perguntar: será que os povos americanos ti­nham razão ao nos contar que os deuses tinham estado entre eles e que um dia voltariam ?
Pois até que o homem branco aparecesse outra vez, trazendo apenas massacre, o povo da Cordilheira dos Andes, onde tudo começou, estava ali a olhar para os recintos dourados vazios e a esperar, contra tudo e contra todos, ver novamente seu  deus alado das Lágrimas de Ouro.

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