Ataques de drones da CIA no Paquistão são realizados por pessoal regular da força aérea dos EUA desde uma Base Aérea no estado de Nevada
Antigos Operadores de drones afirmam em novo vídeo documentário que as missões da CIA são controladas remotamente pelo pessoal do 17 ª Esquadrão de Reconhecimento da USAF que opera a partir de um local seguro em um canto daBase da Força (USAF) Aérea Creech, a 45 milhas de Las Vegas, no deserto de Mojave, estado de Nevada.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Ataques de drones da CIA no Paquistão, que já mataram civis, mulheres e crianças, são realizados por pessoal regular da força aérea dos EUA desde uma Base Aérea no estado de Nevada
The Guardian , Chris Woods, Segunda-feira 14 abril de 2014 14:30 BRT
Uma unidade normal da força aérea dos EUA com base no deserto de Nevada é responsável por voar o programa de ataque de drones da CIA no Paquistão, de acordo com um novo documentário em vídeo que foi lançado numa terça-feira, 15 de abril de 2014.
O filme – que levou três anos na sua produção – identifica a unidade que realiza os ataques da CIA em áreas tribais do Paquistão como o 17º Esquadrão de Reconhecimento, que opera a partir de um condomínio seguro em um canto dentro da base da (USAF) força aérea em Creech (Creech Air Force Base), a 45 milhas de Las Vegas no deserto de Mojave, no estado de Nevada.
Vários antigos operadores de drones têm afirmado que o pessoal da unidade convencional da força aérea – em vez de empreiteiros civis – já realizaram missões com Drones Predator fortemente armados da CIA no Paquistão, uma campanha de 10 anos que de acordo com algumas estimativas, já matou mais de 2.400 pessoas (n.t. bugs, insetos … para a CIA e os militares dos EUA).
Hina Shamsi, uma diretora do (ACLU’s National Security Project) Projeto de Segurança Nacional Americana das Liberdades Civis da União, disse que esta organização colocou questões de legalidade e de supervisão sobre o programa da CIA. “Um aparelho de força letal em que a CIA e o exército regular dos EUA colaboram seus esforços, que eles já estariam produzindo riscos derrubando os freios e contrapesos que restringem onde e quando uma força letal deve ser usada (para matar), e frustram a responsabilidade democrática, o que não pode ocorrer em segredo.“
O The Guardian procurou o Conselho de Segurança Nacional, a CIA e o Pentágono nos EUA para comentar o assunto na semana passada.
O NSC e a CIA se recusaram a comentar, enquanto que o Pentágono não nos respondeu.
O papel do 17º esquadrão, e do uso de seu pessoal regular da força aérea em programa de assassinato seletivo da CIA, surgiu pela primeira vez durante as entrevistas com dois ex-operadores de aviões, Drones não tripulados das forças especiais para um novo documentário em vídeo, chamado de DRONE.
Brandon Bryant, um ex-operador de drones Predator dos EUA, disse no filme, que ele decidiu falar depois que altos funcionários da administração Obama deram uma entrevista no ano passado, em que eles disseram que queriam a “transferência” do controle do programa secreto de drones da CIA para os militares. Bryant disse que isso era falso porque há muito tempo já era conhecido nos círculos militares que a Força Aérea dos EUA já estava envolvida com o programa da CIA.
“Há uma mentira escondida dentro dessa verdade. E a mentira é que sempre foi a força (USAF) aérea que voou essas missões. A CIA pode ser o cliente, mas a Força Aérea tem sempre conduzido os voos. Uma etiqueta da CIA é apenas uma desculpa para não ter que desistir de qualquer informação. Isso é tudo o que sempre aconteceu”. Referindo-se ao esquadrão 17, outro ex-operador de drones, Michael Haas, acrescentou: “É bem conhecido [entre o pessoal] de que a CIA controla a sua própria missão.”
https://www.facebook.com/DRONEDOCUMENTARY
Seis outros ex-operadores de drones que trabalharam na mesma unidade, e que têm amplo conhecimento do programa de drones, desde então corroboraram essas reivindicações. Nenhum deles estava preparado para gravar entrevista devido à sensibilidade da questão. Bryant disse que o escrutínio público do programa até agora se concentrou na CIA, em vez de também nos militares, e que era hora de reconhecer o papel das pessoas que tinham vindo a realizar missões em nome de analistas civis da agência.
“Todo mundo fala sobre a CIA no Paquistão, a CIA double-tap, CIA sobre o Iêmen, CIA sobre a Somália. Mas eu não acredito que somente eles merecem o ônus da totalidade de tudo que esta acontecendo com o programa de drones”, disse ele. ”Eles podem conduzir as missões, eles poderiam dizer que esses são os objetivos – mas eles não comandam os drones em seus voos.”.
Outro antigo operador de drones baseado em Creech disse que os membros do 17 º eram obsessivamente “secretos”. “Eles não saiam com ninguém. Assim que entravam no 17º e se tornavam operacionais (de voos de drones) eles praticamente paravam de falar com a gente. Eles só saiam entre si, no seu próprio grupo, como um aluno de ensino médio, uma gangue ou algo assim.”
Shamsi disse que as revelações, se for verdade, levantavam “uma série de outras perguntas urgentes sobre o quadro jurídico em que o programa de assassinato seletivo é realizado e a base para o segredo que continua a envolvê-lo.”
Ela acrescentou: “Ele (o programa) vai surgir como uma surpresa (????) para a maioria dos norte mericanos se a CIA está dirigindo aparato militar para realizar atividades bélicas A agência deveria atuar na coleta e análise de inteligência estrangeira, não presidindo um aparato militar de matança maciça (de civis)“.
“Nós não sabemos exatamente “SOBRE QUAIS AS REGRAS” que a CIA está operando, mas o que nós sabemos deixa claro que ela não está cumprindo as leis extrajudicial que limitam estritamente uma matança tanto dentro como fora do campo de batalha tradicional. Agora temos que perguntar se o pessoal militar normal também está violando essas leis, bem como, sobre o sigilo que a CIA exerce como espada e escudo sobre as suas atividades de matança.
“As audiências no Congresso no ano passado deixaram embaraçosamente claro que o Congresso não tinha exercido muita supervisão sobre o programa letal da CIA.” Em teoria, a revelação poderia expor o pessoal da Força Aérea a desafios legais baseados na sua participação direta em um programa sobre o qual um relatório especial das Nações Unidas e vários especialistas em direito internacional estão questionando que pode estar violando total ou parcialmente o direito internacional.
Instalado a 45 milhas a noroeste de Las Vegas, no deserto de Mojave, a Base da Força Aérea Creech tem desempenhado um papel fundamental no programa de drones dos EUA desde a década de 1990. A ala 432d supervisiona quatro esquadrões Predator e Reaper da Força Aérea, que realizam missões de vigilância e ataques aéreos no distante Afeganistão.
Há um outro grupo, um conjunto muito mais secreto de unidades dentro da asa chamada 732 Grupo de Operações, que afirma que “emprega aeronaves remotamente pilotadas -DRONES – em teatros de guerra em todo o mundo durante todo o ano”.
Este grupo de operações tem quatro esquadrões de aviões não tripulados, e todos parecem estar ligados com a CIA. O 30th Reconnaissance Squadron que realiza “teste-de-voos” do RQ-170 Sentinel, um drone furtivo (Stealth) da CIA que ganhou as manchetes depois que um foi capturado sobre o Irã em dezembro de 2011. Os 22º Reconnaissance e o 867º Squadron ambos utilizam o Drones Reaper, um sucessor mais fortemente bem armado do drone Predator.
Mas é a última das quatro unidades – o 17 º Esquadrão de Reconhecimento – que agora está sob mais escrutínio público. Entende-se que tenha cerca de 300 tripulantes de operadores e opera cerca de 35 drones Predator - o suficiente para se fazer cinco ou seis missões simultâneas durante qualquer período de 24 horas. Esse esquadrão opera a partir de um condomínio no interior da Base Creech, que mesmo visitantes militares VIPs (alta patente) são incapazes de acesso, dizem o ex-pessoal da base. Ex-trabalhadores em Creech dizem que a unidade foi tratada como as “jóias da coroa” do programa de DRONES.
“Eles nem sequer deixam alguém caminhar por ela, eles eram e são muito protetores”, disse Haas, que há dois anos era um operador de drones. Ele também era um instrutor operacional na Base Creech. “Pelo que eu fui capaz de perceber, foi praticamente confirmado que eles estavam voando missões quase exclusivamente no Paquistão com a intenção de ataque letal.”
Na Célula de Operações, que recebe feeds de vídeo de cada drone “on-line” com operação em andamento na Base Creech, os coordenadores do 17 º esquadrão foram mantidos separados de todos os demais grupos. Estabelecido como um esquadrão de drones regular em 2002, a unidade sofreu a transição para (a CIA) seu novo “cliente”, em 2004, ao mesmo tempo que os ataques de drones da CIA começaram no Paquistão, ex-funcionários disseram.
Os operadores recebem suas ordens de analistas civis da CIA que, em última instância decide se – quando e contra quem – realizar um ataque, de acordo com um ex-comandante de drones de nível médio. A Base de Creech da força aérea se questionada só confirmaria que o 17º esquadrão estava envolvido em “operações globais”.
“O Grupo de Operações 732 supervisiona as operações globais de quatro esquadrões. O 17º Esquadrão de Reconhecimento, o 22º Esquadrão de Reconhecimento, o 30º Esquadrão de Reconhecimento e o 867º Esquadrão de Reconhecimento. Estes esquadrões estão ainda ativos … sua missão (seria) é a realização de operações com alta qualidade e com persistência, papel de multi-inteligência, a vigilância e o reconhecimento em apoio às necessidades dos comandantes combatentes”.
Apesar dos ataques aéreos da agência (CIA) de inteligência ter matado um número de figuras importantes na Al-Qaeda e dos talibãs, a CIA também é acusado por dois investigadores das Nações Unidas de possíveis crimes de guerra em algumas das suas “atividades” no Paquistão. Eles estão investigando o direcionamento de bombardeio e das equipes de resgate de um funeral público (n.t. como mostrado no início do filme Eagle’s Eyes – Controle Total).
• Drone filme de Tonje Schei estréia em 15 de abril.
• Chris Woods é o autor de Sudden Justice: America’s Secret Drone Wars (Justiça Súbita: Segredos da guerra com Drones da América), que foi publicado no inverno (Dez-Março) nos EUA e na Europa.
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