Descoberta pode curar tipos de surdez que hoje não têm tratamento.
Cientistas conseguiram recuperar a audição de roedores surdos com uma técnica inédita, que usou células-tronco embrionárias humanas. “Em poucos anos”, segundo os pesquisadores, a descoberta pode render tratamentos para tipos de surdez causados por lesões neurais, que hoje não têm cura.
A experiência não foi feita com os camundongos, geralmente preferidos pelos pesquisadores, mas sim em seus parentes, os gerbos, que ouvem em uma frequência de som mais semelhante à dos humanos. Os 18 animais tratados na pesquisa tiveram uma recuperação média de 46% na audição.
“Se fosse um paciente humano, seria como passar de não ouvir um caminhão na rua para ser capaz de manter uma conversa”, comparou Marcelo Rivolta, da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, que liderou a pesquisa publicada pela revista “Nature”.
Os pesquisadores usaram uma substância para destruir os nervos auditivos dos animais. Em seguida, implantaram cerca de 50 mil células auditivas, que eles criaram a partir de células-tronco embrionárias humanas.
A técnica poderia servir como um apoio para o implante coclear, um aparelho colocado dentro do ouvido que hoje dá uma solução parcial para os problemas auditivos. A perda neural nos ouvidos, que hoje não tem cura, responde por entre 10% e 15% dos casos de surdez profunda.
Antes de ser aplicado em humanos, o implante de células-tronco ainda precisa passar por várias fases de testes. Uma das preocupações dos cientistas é o risco de que as células-tronco causem tumores na região – embora isso não tenha sido registrado nos animais.
G1
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