Nas semanas passadas, uma estranha notícia estarreceu os internautas interessados em ciência: a maior parte do plástico que os cientistas esperavam encontrar na superfície do oceano está desaparecida e ninguém sabe exatamente onde está. Agora, os profissionais por trás da pesquisa divulgaram na revista “National Geographic” um mapa pioneiro sobre o plástico nos oceanos que poderia ser a chave para resolver o mistério.
Como explica o estudo publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”, deveria existir muito mais plástico flutuando na superfície do oceano do que há. Uma equipe liderada pelo ecologista marinho Andres Cozar Cabañas, da Universidade de Cádiz (Espanha), navegou o mundo durante nove meses coletando dados de superfície de todo o globo e encontrou esta notícia nada boa.
Na verdade, tal fato é bastante assustador. Não é como se o plástico que jogamos no oceano esteja simplesmente resolvendo o problema por nós. Ao invés disso, é provável que, uma vez que ele vá se quebrando em pedaços cada vez menores, os peixes o estejam comendo.
Se a dieta dos peixes não te interessa, vamos mudar a perspetiva. Graças à magia da cadeia alimentar, isto significa que também estamos comendo nosso próprio lixo – ah, o carma.
Como já sabemos, as correntes marítimas fazem com que estes resíduos naveguem enormes distâncias e se reúnam em ilhas de lixo que se formam em zonas de convergência. Na verdade, há todo um novo ecossistema em torno deste plástico, chamado de plastifera.
O primeiro mapa do plástico criado por Cozar e sua equipe tem como base mais de 3 mil amostras colhidas ao longo de sua expedição. As imagens abaixo mostram as zonas com maior acumulação e as dimensões destas ilhas.
Todo um campo de estudo está emergindo deste lixo que jogamos nos oceanos, incluindo um esforço para aprender como este mecanismo gigantesco funciona. “[Se] não sabemos onde ele está ou como está afetando os organismos, não podemos contar à população o quão grande é esse problema”, destaca Kara Lavender Law, da Associação de Educação do Mar.
Com o novo mapa, os estudiosos estão se dedicando a traçar um curso para serem capazes de falar sobre o plástico nos oceanos de maneira completa. A questão é se nós vamos ser inteligentes o suficiente para ouvir e agir. [Gizmodo, National Geographic, Science]
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