Pesquisadores divulgaram um estudo, na Nature, afirmando que o universo pode ter mais buracos negros do que pensávamos. E, em breve, poderemos detectar mais de mil fusões destes gigantes por ano, com a próxima geração de detectores de ondas gravitacionais, que serão mais sensíveis do que Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO), o responsável por detectar as primeiras fusões.
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Considerando que até agora só conseguimos detectar as ondas por duas vezes, essa é uma notícia animadora para a comunidade científica, uma vez que os dados gerados podem dar explicações sobre a origem e a composição do universo — lembrando que conhecemos apenas 4% dele.
“O universo não é o mesmo em todos os lugares”, afirma o co-autor do estudo Richard O’Shaughnessy, do Instituto Rochester de Tecnologia. “Alguns lugares produzem mais buracos negros binários do que outros. Nosso estudo leva essas diferenças em consideração.”
Para chegar à conclusão, os pesquisadores desenvolveram um complexo modelo matemático do cosmo. Ninguém sabe ainda se ele está correto, mas, como o modelo previu a primeira detecção de ondas gravitacionais, as chances são grandes. Além disso, os cientistas do LIGO também sugerem a existência de muitas outras colisões de buracos negros a serem descobertas.
A questão é que o tipo de buraco negro que produz ondas como as que foram detectadas é diferente da maioria dos outros buracos negros. Eles são bem maiores do que o normal, porque foram formados a partir de estrelas que têm massa até 100 vezes maior do que o nosso Sol. Ou seja, eles são monstruosos e gigantescos até para os padrões dos buracos negros. E, apesar das colisões não afetarem suas posições, elas influenciam a órbita dos buracos menores que estão por perto.
Segundo O’Shaughnessy, o LIGO não vai conseguir fazer mil detecções por ano, mas eles estão otimistas porque os próximos instrumentos desenvolvidos vão ser mais potentes e poderão nos ajudar a chegar mais perto de resolver os mistérios do universos.
GALILEU
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