Serie De Ficção Cientifica Brasileira: A nossa vida é repleta de magia quando entendemos, e unimos a nossa sincronicidade com o todo. “A Harpa Sagrada” inicia-se numa serie de revelações onde o homem tem sua essência cravada no sagrado, e o olhar no cosmos aspirando sua perfeição.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Inudação em Marte



Há milhões de anos o clima em Marte devia ser bem diferente. Provavelmente com uma atmosfera mais densa, o efeito estufa mantinha a temperatura em níveis mais altos, podendo manter a água em estado líquido em sua superfície. Com isso, verdadeiros rios deveriam existir em sua superfície.


Mas será mesmo? Diversas evidências apontam para isso e uma delas foi estudada em detalhes pela sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA na sigla em inglês). Essa semana, a agência divulgou as imagens em alta resolução de um acidente geográfico marciano batizado de Vale Kasei, um dos maiores sistemas de canais de Marte, com 3 mil km de extensão e uns 3 km de profundidade.
O canal se origina no Vale Mariner, um dos maiores vales do Sistema Solar, formado por uma rede de cânions com mais de 4 mil km de extensão, uns 200 km de largura e até 7 km de profundidade. A sua origem é um tanto controversa, com teorias que vão desde o fluxo de água corrente, até fraturas das camadas superficiais do relevo marciano. É mais provável que uma combinação de várias causas deve formado um vale tão impressionante como esse.
Já o Vale Kasei mostra claramente ter sido formado por um fluxo bem volumoso de água. Ele se divide em dois braços que contornam uma área, uns 2 km acima do leito do vale, como uma grande ilha chamada de Sacra Mensa. Essa ilha resistiu à erosão da água e todo o seu entorno foi escavado pelo fluxo de água corrente.
Já mais abaixo, a água literalmente apagou a borda sul de uma cratera de 100 km de diâmetro que estava em seu caminho, tamanho deveria ser o seu volume. Mas nessa imagem, é possível notar que em outros pontos o fluxo de água contornou alguns obstáculos pelo caminho, conforme o fluxo foi se dispersando.
A semelhança com os rios terrestres é muito grande, mas nesse caso marciano a origem dessa água toda deve ter sido muito diferente. Imagina-se que o fluxo de água que causou essa inundação catastrófica literalmente brotou do solo, depois que a atividade tectônica fraturou a superfície de Marte e fez a água surgir do subsolo há mais de 3 bilhões de anos. Para aumentar ainda mais o volume de água corrente, a atividade vulcânica derreteu o gelo e a neve nas proximidades. Finalmente, glaciações sucessivas deram a forma final dos canais.
Depois que a fonte secou e a água se foi, crateras de impactos mais recentes e dunas de areia formadas pelo vento deram o toque final ao cenário. Hoje um panorama silencioso ao sabor dos ventos, só podemos imaginar num cenário de rios caudalosos e enxurradas gigantescas escavando o terreno, tal como os rios na Terra.
Crédito: Agência Espacial Europeia (ESA)

Cometa Ison vem aí. E o bicho vai pegar!

Ison, nome popular do cometa C/2012 S1, foi descoberto por dois astrônomos russos em setembro de 2012. Sua órbita preliminar indica que ele se desgarrou da Nuvem de Oort, nos confins do Sistema Solar.
A Nuvem de Oort é um verdadeiro reservatório de cometas de órbita parabólica, daqueles que vêm e passam uma única vez pelo Sistema Solar e voltam para as profundezas do espaço. Isso se não fazem um mergulho suicida no Sol. Essa nuvem é composta por bilhões de asteroides com grandes quantidades de gelo. São literalmente bolas de gelo sujo, o que os tornam fortes candidatos a cometas com grandes e brilhantes caudas.
Depois de sua descoberta, uma procura no banco de imagens do projeto de monitoramento de objetos potencialmente perigosos do Mount Lemon, nos EUA, apontou que o Ison já havia sido observado em dezembro de 2011. Essa imagens iniciais mostravam que o cometa tem um brilho maior que o esperado, especialmente para a distância em que se encontrava. Desde então, ele passou a ser monitorado da Terra e do espaço, e a surpresas não demoraram a aparecer.
Mesmo a distâncias maiores que a órbita de Júpiter, o Ison é muito brilhante. Com pouca radiação solar, o brilho desse cometa surpreendeu os astrônomos e rapidamente se tornou um candidato a “cometa do século”. Algumas estimativas dizem que ele poderá ficar tão brilhante que seria observado em plena luz do dia. Mas isso é uma grande hipótese.
O Ison deverá ter seu periélio (menor distância até o Sol) no dia 28 de novembro. Essa distância deve ser de 110 mil quilômetros de sua “superfície”. Só que isso significa que o cometa deve passar por dentro de uma região ao redor do Sol chamada coroa, uma atmosfera de plasma que, apesar da baixa densidade, tem temperatura de milhões de graus.
O grande “se” vem desse mergulho na coroa. Não tanto pela temperatura, mas, por causa da pequena distância, o cometa pode se desintegrar nessa passagem pelo periélio. Para estar tão brilhante assim, ele deve ter enormes quantidades de materiais voláteis, portanto, seu núcleo deve apresentar muito gelo. A uma distância tão pequena, as forças gravitacionais do Sol são intensas demais e, agindo num núcleo pouco coeso, podem desintegrar facilmente o Ison.
A sequência de fotos que abre o post foi obtida pelo telescópio Gemini, de 8 metros de diâmetro, localizado no Havaí, entre os meses de fevereiro e maio, quando o cometa já tinha cruzado a órbita de Júpiter, a uma distância entre 730-580 milhões de quilômetros. As estimativas dão conta de que seu núcleo deve ter algo entre 5 e 6 quilômetros de diâmetro, mas sua coma (cápsula de gás e poeira que envolve o núcleo) tem uns 5 mil quilômetros de diâmetro. Observações ultravioleta do satélite Swift indicam também que o Ison lança ao espaço cerca de 850 toneladas de poeira por segundo, o que indica que esse é realmente um cometa muito ativo. Geralmente, esses objetos atingem uma atividade assim apenas depois de cruzarem o cinturão de asteroides, mas o Ison já demonstra seu poder antes mesmo de cruzar a órbita de Júpiter!
Apesar dessa atividade frenética, as imagens mostram que ela está diminuindo um pouco, conforme o cometa se aproxima do Sol. Talvez isso esteja ligado com a exaustão do monóxido e do dióxido de carbono, materiais que são muito mais voláteis e devem estar depositados em camadas mais superficiais do núcleo. Em breve, a água do cometa deve começar a ser evaporada, e, com a vinda de camadas mais profundas, em breve devem começar as explosões e sua atividade voltará a aumentar.
O Ison deve se tornar brilhante nos céus ainda em fins de outubro, logo depois do pôr do Sol. Se sobreviver ao mergulho na coroa solar, esse cometa deve se retornar aos céus na madrugada, pouco antes do amanhecer. Se isso ocorrer, ele deve ser o cometa mais brilhante em mais de 50 anos! Mas, como ninguém pode prever com certeza, o jeito é aguardar.

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